20.7.12

Iziane é cortada da seleção feminina de basquete

Foto: AP
A uma semana do início dos Jogos Olímpicos de Londres e a oito dias da estreia contra a França, a seleção feminina de basquete do Brasil vive momentos de crise. Na madrugada de quinta para sexta, no horário brasileiro, a CBB anunciou o corte, por indisciplina, da ala Iziane. O anúncio foi na cidade francesa de Lille, onde a equipe está hospedada para participar de um torneio preparatório contra as próprias francesas, a Austrália e a China (a estreia brasileira foi hoje e a França venceu por 67 a 57). Como o corte não foi por motivos médicos, a comissão técnica não terá o direito de chamar outra atleta para o seu lugar, e a seleção terá que disputar as Olimpíadas com onze jogadoras.

Conhecido tanto por seu talento dentro das quadras quanto pela disposição em criar polêmicas fora delas, Iziane perdeu sua segunda oportunidade consecutiva de disputar uma Olimpíada por problemas extraquadra (disputou só os Jogos de Atenas, em 2004, aos 22 anos de idade, e ficou com uma média de 15 pontos por jogo com a equipe que acabou em quarto lugar). Em 2008, ela se desentendeu com o então treinador Paulo Bassul durante a partida em que o Brasil perdeu para a Bielorrússia, pelas quartas de final do Pré-Olímpico Feminino - se vencesse, garantiria já sua classificação; como perdeu, o Brasil teve que jogar mais duas partidas para, enfim, obter sua vaga. Classificada para os Jogos de Pequim, a equipe não levou a ala. Agora, um caso de indisciplina na concentração impede que Iziane dispute sua segunda Olimpíada. Será difícil que ela dispute os Jogos do Rio, em 2016, quando terá 34 anos.

De acordo com o blog Bala na Cesta, de Fábio Balassiano, pode até ser que as onze atletas remanescentes façam o grupo se unir para a disputa olímpica. Mas a preparação acidentada da equipe, segundo o texto, não permite sonhar com uma boa campanha em Londres. O lado psicológico das jogadoras está certamente abalado pelos acontecimentos, e o grupo tem que tirar todas as suas forças para se superar na disputa. É mais um capítulo da péssima fase que vive o basquete feminino do Brasil, quatro anos depois da eliminação na primeira fase em Pequim, e dois anos depois da vexatória campanha no Mundial disputado na República Tcheca. Curiosamente, ao mesmo tempo em que a equipe masculina, que na década passada viveu uma fase até pior do que a feminina vive hoje, cresce no conceito de quem gosta do basquete e vive dele.

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