20.4.08

A grande chance para o futebol brasileiro

Foram sorteados neste domingo os grupos dos torneios masculino e feminino de futebol das Olimpíadas de Pequim. Para os homens, um grupo relativamente fácil na primeira fase. Para as mulheres, porém, um grupo bem mais difícil. Nada que assuste, se levarmos em consideração o retrospecto recente de nossas meninas, capazes de superar barreiras mais complicadas.

No torneio masculino, o Brasil estreará pelo Grupo C contra a Bélgica, no dia 7 de agosto, véspera da cerimônia de abertura, em Shenyang (foto). Na mesma cidade, o desafio é a Nova Zelândia, no dia 10. Na última rodada, no dia 13, a Seleção enfrentará os anfitriões chineses, em Qinhuangdao. Caso passe de fase, o Brasil enfrentará uma seleção do Grupo D (Camarões, Coréia do Sul, Honduras e Itália), um desafio certamente maior que os da primeira fase.

No Grupo A, estão Argentina, Costa do Marfim, Austrália e Sérvia; no Grupo B, Holanda, Nigéria, Estados Unidos e Japão.

No torneio feminino, o desafio mais difícil será certamente a estréia pelo Grupo F, desde já um dos jogos mais esperados da competição: a reedição da final do Mundial de 2007, no mesmo país, contra a Alemanha - as alemãs venceram por 2 a 0 e sagraram-se bicampeãs mundiais, em Xangai. A revanche (no dia 6 de agosto), assim como a maioria das nossas partidas masculinas, também será em Shenyang, onde também será nossa segunda partida, contra a Coréia do Norte, uma das melhores seleções do mundo na atualidade, no dia 9. Em 12 de agosto, o Brasil enfrentará a melhor seleção africana, a Nigéria, em Pequim. À primeira vista, parece um grupo difícil, mas jogando com calma, dá para passar com facilidade.

Se terminar em primeiro, enfrentará na fase seguinte o segundo colocado do Grupo G (Estados Unidos, Noruega, Japão e Nova Zelândia). Caso acabe em segundo, terá como adversário o segundo do Grupo E (China, Suécia, Canadá e Argentina). Caso seja um dos dois melhores terceiros colocados, enfrentará nas quartas o primeiro colocado de um dos outros dois grupos.

19.4.08

Futebol: A sorte está lançada



Com a incontestável goleada da seleção feminina do Brasil sobre Gana por 5 a 1, no Estádio dos Trabalhadores, em Pequim, completou-se a relação das 28 seleções (16 no masculino e 12 no feminino) que disputarão os torneios de futebol dos Jogos Olímpicos deste ano. O sorteio será realizado na manhã deste domingo (19 horas, horário local), na capital chinesa.

No masculino, as 16 seleções serão divididas em quatro grupos de quatro equipes cada - os dois primeiros de cada grupo se classificam para as quartas-de-final. A China, país-sede, já está colocada no Grupo C, na cidade de Shenyang. As outras três cabeças-de-chave, já definidas em seus grupos, serão Argentina (Grupo A, Xangai), Holanda (Grupo B, Tianjin) e Camarões (Grupo D, Qinhuangdao). As demais doze seleções estão divididas em três potes de sorteio: Pote 1, com as seleções filiadas à Confederação Asiática (Austrália, Coréia do Sul e Japão); Pote 2, com os africanos (Costa do Marfim e Nigéria) e a Nova Zelândia; Pote 3, com os europeus (Bélgica, Itália e Sérvia); e Pote 4, com o Brasil e os representantes da Concacaf (Estados Unidos e Honduras).

No feminino, as 12 seleções serão divididas em três grupos de quatro equipes cada - os dois primeiros de cada grupo e os dois melhores terceiros colocados se classificarão às quartas-de-final. A China estará no Grupo E, baseada em Tianjin; a Alemanha, atual campeã mundial, no Grupo F, em Shenyang; e os Estados Unidos, atuais campeões olímpicos, no Grupo G, em Qinhuangdao. As demais nove seleções estão em quatro potes: Pote 1, Coréia do Norte e Japão; Pote 2, Noruega e Suécia; Pote 3, Brasil e Canadá; Pote 4, Argentina, Nigéria e Nova Zelândia.

O Brasil disputará os dois torneios com grandes chances de conquistar o ouro em ambos, mas terá que enfrentar grandes adversários. No masculino, estes deverão ser Argentina (que contará com uma geração tão boa quanto a brasileira, além de defender o título conquistado em 2004), Itália e Holanda, além das seleções africanas, sempre dispostas a aprontar - ganharam o ouro em duas ocasiões, eliminando o Brasil em ambas: Nigéria, em 1996, e Camarões, em 2000 (estas duas seleções estarão presentes neste ano). A Seleção das mulheres, vice-campeã mundial e olímpica e bicampeã pan-americana, terá como grandes rivais, além das anfitriãs chinesas, a Noruega (ouro em 2000) e duas espinhas-de-peixe entaladas na garganta: Estados Unidos (que derrotaram o Brasil na polêmica final de 2004) e Alemanha (que venceu a Seleção na decisão do Mundial do ano passado).

A sorte está lançada. Que o Brasil aproveite a chance.

12.4.08

Será que vai ter revezamento mundial em 2012? Ainda tem nesse ano?


Os protestos contra o regime chinês, principalmente no trato com o Tibete, vêm sendo a tônica durante o revezamento mundial da tocha olímpica de Pequim. Nesta sexta-feira, Buenos Aires foi a oitava cidade (a única latino-americana) do trajeto, e essa estada acabou sendo a mais calma do revezamento até agora.

Como todos os que acompanham (com exceção dos chineses, claro) sabem, houve protestos (tanto os contrários ao regime chinês quanto os pró-chineses, contrários aos próprios protestos) durante a passagem da chama olímpica por Londres, Paris e São Francisco, três das sete primeiras cidades do trajeto. Algumas dessas manifestações tiveram uma certa dose de exagero, com alguns mais exaltados querendo apagar a chama da tocha durante o percurso. A situação é tão constrangedora que o próprio presidente do COI, Jacques Rogge, confessou-se insatisfeito com o pouco caso chinês em relação à democracia e aos direitos humanos, lembrando que a cidade de Pequim foi eleita sede olímpica, em 2001, graças a um projeto que visava uma maior abertura política por parte dos chineses em sete anos...

Essa confusão toda faz o COI repensar a política de revezamento mundial da tocha olímpica, que vem desde 2004. Até 2000, nos Jogos de Sydney, a chama era acesa em Olímpia e levada num revezamento apenas no caminho entre a Grécia e o país da cidade-sede - só mudou há quatro anos porque os Jogos seriam em Atenas. O problema é que, neste ano, decidiram repetir a dose. A instância máxima do esporte mundial pensa em mudar alguns trajetos do revezamento de 2008, sem descartar o cancelamento de alguns eventos.

É o caso de pensar: será que haverá um novo revezamento mundial para as Olimpíadas de Londres, em 2012? Ou voltará ao que era antes? Pelo visto, daqui a quatro anos, prevalecerá a segunda opção.

7.4.08

Temores e expectativas

Faltando quatro meses para o início das Olimpíadas de Pequim, atletas brasileiros vivem momentos de euforia e tensão. Na natação, César Cielo Filho e Kaio Márcio de Almeida vêm obtendo excelentes resultados no GP de Ohio, nos Estados Unidos, estabelecendo novos recordes sul-americanos e batendo, inclusive, favoritos ao ouro olímpico, como Michael Phelps, derrotado por Cielo nos 100 metros livre. Kaio Márcio ganhou ouro nos 200 metros borboleta.

Por outro lado, outros atletas vivem momentos inusitados, reflexos de nossa sociedade atual. O ginasta Diego Hypolito, um dos favoritos ao ouro no solo, está internado com dengue no Rio de Janeiro - poucas semanas depois de sofrer uma cirurgia no joelho. Um velejador que não disputará as Olimpíadas, Pedro Tinoco (campeão pan-americano na classe Snipe), foi baleado por seguranças de uma boate, também no Rio. Pelo visto, alguns terão que se benzer para se sentirem protegidos.