30.7.09

Cielo segue fazendo história na natação

Quase um ano depois de ser o primeiro nadador brasileiro a ganhar uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos, nos 50 metros livre, César Cielo Filho segue confirmando sua condição de maior nome da história da natação brasileira. Nesta quinta-feira, no Mundial de Roma, Cielo não só foi campeão mundial dos 100 metros livre como também estabeleceu o novo recorde mundial da prova, com 46"91 - isso não acontecia na competição, entre brasileiros, desde 1982, quando Ricardo Prado foi também campeão e recordista mundial, nos 400 metros medley, em Guaiaquil, no Equador. Dois franceses completam o pódio: Alain Bernard (47"12) com a prata, Fréderic Bousquet (47"25) com o bronze. O também brasileiro Nicholas Oliveira acabou em oitavo, com 48"01.

É a consagração de um grande nadador, que luta contra todas as dificuldades inerentes a um atleta olímpico brasileiro botando a mão na massa. Mora, estuda e treina nos Estados Unidos, o que lhe possibilita ser mais competitivo e ganhar importantes provas internacionais. Cielo é o atual recordista olímpico e pan-americano, e pela primeira vez estabelece um recorde mundial. Como já escrevemos aqui: vem mais por aí. Cielo não é o futuro da nossa natação, já é a realidade.

Felipe França, uma nova esperança

Grande nome atual do nado peito no Brasil, Felipe França deu ao país a segunda medalha nesta edição do Mundial de Esportes Aquáticos em Roma, o primeiro nas piscinas em 15 anos. Nesta quarta-feira, ele foi vice-campeão mundial nos 50 metros peito, classe não-olímpica, perdendo apenas para o sul-africano Cameron van der Burgh (que estabeleceu o novo recorde mundial da prova com 26"67) - os dois nadadores vêm mantendo um duelo à parte pela melhor marca do planeta na prova. Nesta final, o brasileiro ficou pouco atrás, com 26"76. O norte-americano Mark Gangloff acabou em terceiro, com 26"86. O resultado representa a evolução da modalidade de nado, pouco difundida no país, e uma esperança para futuras competições - nas Olimpíadas, França quase chegou às semifinais dos 100 metros peito.

Nos 200 metros borboleta, Kaio Márcio Almeida ficou na quarta colocação, com 1'54"27. O ouro ficou com o americano Michael Phelps, com 1'51"51, novo recorde mundial. A prata ficou com o polonês Pawel Korzeniowski (1'53"23); o bronze, com o japonês Takeshi Matsua (1'53"23).

Quatro brasileiros se classificaram a finais: no masculino, César Cielo Filho e Nicholas Oliveira nos 100 metros livre e Thiago Pereira nos 200 metros medley; no feminino, Fabíola Molina nos 50 metros costas.

26.7.09

O octa da Liga Mundial e outros fatos esportivos

Este domingo foi um dia agitado no meio esportivo internacional. O grande destaque foi a final da Liga Mundial de Vôlei em Belgrado, na Sérvia. O Brasil mostrou a sua força, no início do seu período de renovação rumo ao Mundial de 2010, na Itália, e às Olimpíadas de 2012, em Londres - nas duas ocasiões, a equipe treinada por Bernardo Rezende, o Bernardinho, tentará o tricampeonato. A Seleção venceu os donos da casa por 3 a 2, parciais de 22/25, 25/23, 25/22, 23/25 e 15/12, em cerca de duas horas e meia de partida. Além dos anfitriões sérvios, os brasileiros tiveram que enfrentar a pressão da torcida local e os árbitros de linha, também sérvios. Com o título, o oitavo de sua história (foi campeão também em 1993, em 2001 e de 2003 a 2007), o Brasil empatou com os italianos como os maiores campeões da Liga Mundial.

Encerrou-se, também neste domingo, a oitava edição dos Jogos Mundiais, em Kaohsiung, Taiwan. A Rússia acabou em primeiro lugar no quadro de medalhas, com 18 de ouro, 14 de prata e 15 de bronze, 47 no total. A Itália acabou em segundo, com 16 ouros; a China em terceiro, com 14; os Estados Unidos em quarto, com 13; e a Ucrânia em quinto, com 11. O país-sede, Taiwan, acabou em sétimo, com 8 ouros, 9 pratas e 7 bronzes. O Brasil acabou em 16º, com 3 ouros (no caratê, na categoria masculina até 60 quilos, com Douglas Santos; na ginástica aeróbica, na categoria individual feminina, com Marcela Lopez; e no punhobol), 3 pratas (uma na modalidade boules, na categoria Raffa, com a dupla feminina, e duas no fisiculturismo, com Diana Almeida, no fitness feminino, e Luiz Sarmento, no peso meio-pesado masculino) e 3 bronzes (no boules, categoria Raffa, dupla masculina; no paraquedismo, com Marat Leiras na categoria Dossel pilotagem; e na patinação artística, com Marcel Stürmer no individual masculino). Além disso, o Brasil ganhou duas medalhas no handebol de praia, modalidade de demonstração: ouro no masculino e bronze no feminino. A próxima edição dos Jogos Mundiais será disputada em 2013, em Cáli, na Colômbia (será a primeira vez que a América do Sul sediará a competição).

No Mundial de Esportes Aquáticos, em Roma, o Brasil acabou em quarto lugar no revezamento 4 x 100 metros livre. Os Estados Unidos ficaram com o ouro, a Rússia com a prata e a França com o bronze. Mas três nadadores brasileiros garantiram vagas nas finais de segunda-feira: Henrique Barbosa nos 100 metros peito, Nicholas Santos nos 50 metros borboleta e, entre as mulheres, Gabriella Silva nos 100 metros borboleta.

21.7.09

Uma medalha histórica para a natação brasileira

Pela primeira vez na história dos Mundiais de Esportes Aquáticos, uma nadadora brasileira ganha uma medalha. Na maratona aquática de cinco quilômetros do Mundial de Roma, Poliana Okimoto conquistou o bronze na prova realizada na cidade italiana de Ostia. O ouro ficou com a australiana Melissa Gorman e a prata, com a russa Larissa Ilchenko. O Brasil subiu ao pódio num Mundial depois de 15 anos - em 1994, também no Mundial de Roma, o país ganhou duas medalhas de bronze, com Gustavo Borges (100 metros livres) e a equipe do revezamento 4 x 100 metros.

O Brasil tem grandes chances de ganhar o ouro depois de 27 anos - Ricardo Prado foi campeão e recordista mundial dos 400 metros medley no Mundial de 1982, em Guaiaquil, no Equador. Dois nadadores são fortes candidatos a ocupar o lugar mais alto do pódio: César Cielo Filho nadará os 50 metros (do qual é o atual campeão olímpico) e 100 metros livre (onde ganhou o bronze nas Olimpíadas), além dos revezamentos 4 x 100 livre e 4 x 100 medley. Já Thiago Pereira nadará os 200 e 400 metros medley, além do revezamento 4 x 200 livre.

A "Segundona" olímpica



Começou na última quinta-feira, e vai até o próximo domingo, a oitava edição dos Jogos Mundiais - competição com esportes, em sua maioria, não-olímpicos e que buscam uma vaga em futuras edições das Olimpíadas. Os Jogos Mundiais são disputados desde 1981 (a edição de estreia foi disputada na cidade de Santa Clara, no estado norte-americano da Califórnia), sempre no ano seguinte ao dos Jogos Olímpicos. Neste ano, a competição está sendo realizada na cidade de Kaohsiung, em Taiwan.

Dentre as modalidades disputadas nos Jogos Mundiais, existem algumas que já foram olímpicas como o cabo-de-guerra; outras que poderão ser olímpicas em breve, como o squash, a patinação de velocidade, o rúgbi e o raquetebol (as duas primeiras são e as duas últimas serão modalidades pan-americanas, assim como o boliche, o caratê, o esqui aquático e a patinação artística sobre rodas) e outras que são grandes curiosidades, como o bilhar, o jiu-jítsu, o sumô, a dança de salão, o caiaque-polo, o montanhismo, o fisiculturismo, o paraquedismo e a natação com nadadeiras.

Esse está sendo o maior evento esportivo realizado em Taiwan desde o Mundial de Futsal (por sinal, um esporte que poderia estar perfeitamente nestes Jogos Mundiais) de 2004.

20.7.09

Encerra-se a segunda edição dos Jogos da Lusofonia...

...e, como o esperado, o Brasil terminou na primeira colocação do quadro de medalhas, com 33 ouros, 22 pratas e 20 bronzes, 75 medalhas no total. Os anfitriões portugueses acabaram em segundo, com 25 ouros, e Angola foi a terceira colocada, com 4 ouros.

Os destaques: os saltadores portugueses Nélson Évora (salto triplo masculino) e Naide Gomes (salto em distância feminino) confirmaram seus favoritismos e conquistaram a medalha de ouro. Angola (no masculino) e Portugal (no feminino) foram campeões no basquete - onde o Brasil comprovou sua má fase: a seleção masculina B acabou em quarto e a feminina Sub-19 ficou com a prata. A seleção de Cabo Verde surpreendeu e ganhou o ouro no futebol. O Brasil, jogando com uma seleção reserva, ficou com o ouro no futsal.

A próxima edição será em 2013, em Goa, na Índia - país que, curiosamente, também sediará os próximos Jogos da Comunidade Britânica (em 2010, na cidade de Nova Délhi). Em 2017, a competição deverá ser disputada em Fortaleza.

12.7.09

Os destaques brasileiros da Universíade

Encerrou-se neste domingo em Belgrado, na Sérvia, a edição 2009 da Universíade. A Rússia acabou em primeiro lugar no quadro de medalhas, com 27 medalhas de ouro, 22 de prata e 27 de bronze, 76 no total. A China foi a segunda colocada, com 22 ouros, e a Coreia do Sul foi a terceira, com um ouro a menos. Japão (20), Estados Unidos (13), Ucrânia (7 ouros e 11 pratas), Taiwan (7 e 5), Itália (6 e 14), Polônia (6 e 10) e a anfitriã Sérvia (5 ouros) completam a lista dos dez primeiros colocados. O Brasil acabou em 25º lugar, com dois ouros, duas pratas e dois bronzes.

O taekwondo brasileiro confimou sua boa fase nesta Universíade, sendo a modalidade responsável pelas duas medalhas de ouro, conquistadas pelos dois maiores lutadores nacionais. No masculino, Diogo Silva (foto) foi o primeiro na categoria até 67 quilos, e Natália Falavigna foi a campeã na categoria com mais de 72 quilos. Na natação, Felipe França ganhou a prata nos 50 metros nado peito, onde ele é o recordista mundial. A seleção masculina de vôlei também ficou com o vice-campeonato, perdendo a final para a Rússia por 3 a 0 (25/19, 25/22 e 25/23). O atletismo deu duas medalhas de bronze: Fabiano Peçanha nos 800 metros rasos e Moacir Zimmermann na marcha de 20 quilômetros.

As próximas edições da Universíade serão em 2011. A de Inverno será em Erzurum, na Turquia, de 27 de janeiro a 8 de fevereiro; já a de Verão será em Shenzhen, na China, de 12 a 23 de agosto.

11.7.09

Unidos pelo esporte... e pela língua portuguesa


Começa neste sábado, em Lisboa, a segunda edição dos Jogos da Lusofonia, a competição que une pelo esporte os países de todo o planeta que têm o português como idioma oficial. É mais um evento inspirado nos tradicionais Jogos da Comunidade Britânica, que são realizados desde 1930 pelos países membros do antigo Império Britânico.

A primeira edição foi disputada em 2006, em Macau, antiga colônia portuguesa na China. Os Jogos são organizados pela ACOLOP (Associação dos Comitês Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa), entidade fundada em 2004 com o objetivo de unir o mundo lusofônico através dos esportes. Fazem parte dela os membros do COI que falam o português (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) e três membros associados (Guiné Equatorial, Índia e Sri Lanka). Todos esses países disputaram em 2006 e repetirão a dose agora, com cerca de 1.500 atletas em nove modalidades (atletismo - incluindo modalidades paradesportivas -, basquete, futebol, futsal, judô, taekwondo, tênis de mesa, vôlei e vôlei de praia). O evento termina no dia 19, e o Brasil - depois de ter acabado em primeiro no quadro de medalhas em Macau - é o favorito para fazer o mesmo em Lisboa.

5.7.09

As Olimpíadas dos universitários


Começou nesta quarta, e vai até o próximo domingo, a 25ª edição dos Jogos Mundiais Universitários, ou Universíade, a mais importante competição esportiva universitária do planeta. Eles são organizados desde 1959 pela Federação Internacional de Esportes Universitários, entidade fundada dez anos antes na Bélgica com o intuito de coordenar as atividades de uma centena de federações esportivas universitárias de todo o mundo, além de organizar as Universíadas de Verão (como esta de Belgrado) e as de Inverno (que, neste ano, foram disputadas em fevereiro, na cidade chinesa de Harbin).

A primeira edição foi disputada há cinquenta anos, em Turim, na Itália. Os donos da casa, cuja capital sediaria as Olimpíadas no ano seguinte, terminaram na liderança no quadro de medalhas, com 19 ouros, quatro a mais que a União Soviética, segunda colocada. Em 1960, foi disputada a primeira Universíade de Inverno, na cidade francesa de Chamonix. Em duas ocasiões, os Jogos de Verão e de Inverno foram disputados no mesmo ano (em 1970 e 1975) até que isso se tornasse definitivo em 1981.

Algumas curiosidades: até hoje, apenas uma cidade sul-americana sediou a Universíade - Porto Alegre, em 1963. O país que mais sediou edições da Universíade (de Verão e de Inverno) foi a Itália, em nove ocasiões: quatro de Verão (1959, 1970, 1975 e 1997) e cinco de Inverno (1966, 1975, 1985, 2003 e 2007). A Itália, aliás, é até hoje o único país a sediar os Jogos de Inverno e Verão no mesmo ano, em 1975 - respectivamente, em Livigno e Roma. Duas cidades sediaram edições tanto de Inverno quanto de Verão: Sófia, na Bulgária, a cidade que mais sediou Universíadas (Verão em 1961 e 1977, Inverno em 1983 e 1989), e Turim, onde a competição nasceu (Verão em 1959 e 1970, Inverno em 2007 - um ano depois de ter sediado as Olimpíadas de Inverno).

Um adendo: terminaram hoje os Jogos do Mediterrâneo, em Pescara, na Itália, com os anfitriões terminando na frente no quadro de medalhas, com 64 de ouro, 49 de prata e 63 de bronze - 176 no total. Em segundo acabou a França, com 48 ouros; em terceiro, a Espanha, com 28 ouros; em quarto, a Turquia, com 20 ouros; e em quinto, a Grécia (que sediará a edição de 2013, em Larissa e Volos), com 19 ouros.