28.4.07

Ségolène Royal ameaça boicotar Olimpíadas de Pequim se chegar à presidência da França. Algo que decidirá?

A candidata do Partido Socialista à presidência da França, Ségolène Royal, declarou não descartar um boicote francês às Olimpíadas de 2008 em caso de vitória nas eleições. Seria um protesto contra os vetos da China a uma hipotética intervenção da ONU na guerra civil do Sudão, causadora dos massacres das milícias apoiadas pelo governo sudanês na região de Darfur. Uma intervenção prejudicaria os interesses chineses na região, exportadora de petróleo.

Por mais que seja condenável uma atitude de fechar os olhos para um genocídio em nome de interesses econômicos, nada justifica um boicote a uma competição esportiva. O tempo mostra que esporte e política, por mais que estejam colados um no outro, devem permanecer separados em nome da dignidade. Os boicotes dos Estados Unidos e de parte do mundo ocidental às Olimpíadas de 1980, e o troco soviético e de parte do mundo socialista quatro anos mais tarde, mostraram-se infrutíferos por privarem o mundo de grandes duelos esportivos.

Se o adversário de Royal no segundo turno, o direitista Nicolas Sarkozy, aproveitar esse deslize e intensificar sua campanha junto à comunidade esportiva, pode levar vantagem nesse disputa equilibrada pelo Palácio do Eliseu. E ele descartou qualquer possibilidade de boicote às Olimpíadas de Pequim. Algo que pode decidir esse confronto pelo voto, pelo menos entre os amantes do esporte no país.

27.4.07

Inchaço no futebol do Pan. Mas, pelo menos, houve acordo. Menos mal



Na última quarta-feira, a ODEPA anunciou que entrou num acordo com a Conmebol e a Concacaf, e aumentará o número de seleções dos torneios de futebol masculino e feminino dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Além disso, apesar da idade máxima de 20 anos (com cada seleção podendo enviar até três jogadores mais velhos), as equipes terão autonomia para enviar times na faixa que desejarem. Os sul-americanos deverão enviar times Sub-17, visando a preparação para o Mundial da Coréia do Sul.

O anúncio encerra o impasse entre as três entidades esportivas, que divergiam quanto à idade máxima do torneio de futebol do Pan (a ODEPA e a Concacaf queriam seleções pré-olímpicas, até 22 anos; a Conmebol queria equipes Sub-17. A ODEPA anunciou recentemente que o Pan seria um torneio Sub-20, o que desagradou à FIFA, que organizará o Mundial da categoria no Canadá, na mesma época). Mas evidencia a falta de critério e de padronização do esporte mais popular do planeta no maior evento esportivo das Américas. Poucas vezes, desde que o torneio nasceu, em 1951, uma edição teve regulamento igual a outra. Nas Olimpíadas, por exemplo, o número de seleções é o mesmo (16) desde 1960. Houve uma exceção em 1976, com 14 equipes, mas apenas isso.

Tanto no masculino quanto no feminino, estava prevista a participação de oito seleções no futebol do Pan de 2007. Agora, serão 12 no masculino (Brasil, Argentina, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Estados Unidos, Jamaica, México, Costa Rica, Haiti e Honduras) e 10 no feminino (Brasil, Estados Unidos, Jamaica, Panamá, México e Canadá já estão garantidos. As outras equipes sul-americanas ainda não estão definidas, mas se for levada em consideração a classificação no Sul-Americano do ano passado, serão Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador). Ou seja, toda a tabela terá que ser refeita. E isso a menos de três meses da abertura, em 13 de julho.

Se levarmos em consideração que o presidente da ODEPA disse que tiraria o futebol do Pan se não fosse no Brasil, o anúncio pode ser considerado lucro.

26.4.07

Atraso é ruim. Mas quem nunca atrasou?

Os atrasos nas obras de construção e reforma das instalações para os Jogos Pan-Americanos do Rio são motivos (justos, ressalte-se) de críticas dos especialistas, além de não resultarem em benefícios para a população da cidade, em relação às promessas de melhorias na infra-estrutura - o que pode prejudicar o país numa eventual candidatura olímpica, além de atrapalhar o país na luta para sediar a Copa do Mundo de 2014. Mas isso não pode ser considerado exceção numa grande competição polidesportiva. Pelo contrário: é mais comum do que se imagina.

Os críticos da organização carioca podem citar os preparativos de Pequim para sediar as Olimpíadas de 2008, cujas obras estão quase prontas faltando mais de um ano para seu início, em 8 de agosto do próximo ano. Mas o poderio chinês é algo excepcional, visto que o país mais populoso do planeta cresce econômica e politicamente a olhos vistos. Claro que isso iria influir em excelência na organização, típico de quem quer ser visto como o mais poderoso do mundo no futuro.

Em competições polidesportivas, é comum haver atrasos nas obras de construção. Não é preciso voltar muito no tempo para comprovar isso, uma vez que a busca pela perfeição pode implicar em alguns problemas. As Olimpíadas de 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos, notorizaram-se por ginásios e estádios construídos e/ou reformados às pressas. O Pan de Santo Domingo, em 2003, tinha obras ainda mais atrasadas que o do Rio este ano. E as Olimpíadas de Atenas, em 2004, foram organizadas em cima do laço - a estrutura da cidade só ficou pronta poucos dias antes do início dos Jogos. E eles foram sensacionalmente bem-organizados - o trânsito de Atenas é famoso por ser uma bagunça.

Os operários e organizadores do Pan do Rio (principalmente os primeiros) podem ser considerados vencedores - estão driblando falta de verba e de tempo, burocracia, protestos de todos os lados, condições insalubres... E o resultado desse esforço todo é o conjunto de arenas esportivas, aparentemente, bem acima do nível latino-americano. O Maracanãzinho, por causa de uma trapalhada do governo estadual (que não conferiu as condições financeiras da empresa que reformaria o Complexo do Maracanã, e que iria à falência poucos meses depois do início das obras), perdeu o Mundial de Basquete Feminino do ano passado, que foi para São Paulo. Em compensação, graças ao esforço dos operários, que não páram de trabalhar há meses (três turnos diários de oito horas cada), começa a ficar modernizado, em excelente nível.

A Cidade dos Esportes (nome oficial do Complexo do Autódromo) já terá utilidade após o Pan: a Arena Olímpica do Rio (que sediará basquete e ginástica olímpica) abrigará o Mundial de Judô deste ano, e o Mundial de Futsal de 2008. O Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo terão condições de sediar competições internacionais.

O problema será o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, que corre o risco de ficar sem utilidade após o Pan. A esperança é a confirmação do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e a reforma (mais uma) do Maracanã para se adequar às normas da FIFA, fazendo com que os clubes cariocas passem a utilizar mais o Engenhão. Além disso, o Troféu Brasil e a etapa GP Rio de atletismo teriam o estádio como sede.

Apesar dos pesares, o "pós-Pan" terá tudo para ter mais prós que contras. Basta nossos dirigentes pensarem direito e com carinho no legado que a competição trará ao esporte na cidade.

24.4.07

Começou...

Começa hoje mais uma viagem pelas competições polidesportivas que garantem a emoção de todos. Neste ano, no Rio de Janeiro, serão disputados os XV Jogos Pan-Americanos. Em 2008, os Jogos Olímpicos de Pequim. Prometemos dar a nossos amigos leitores uma cobertura completa das grandes competições esportivas que fazem a alegria dos amantes do esporte em todo o mundo. Sejam bem-vindos!!!