24.7.12

A Sports Illustrated e o realismo maior do que o rei

Como costuma acontecer em semanas que antecedem cada edição de Jogos Olímpicos, a revista esportiva norte-americana Sports Illustrated fez sua tradicional previsão de qual será o quadro de medalhas na Olimpíada de Londres, que terá seu início oficialmente nesta sexta-feira. Os Estados Unidos, evidentemente, ficarão no primeiro pelotão no quadro, com 42 ouros, 26 pratas e 31 bronzes - a China, contudo, ficaria em primeiro no quadro levando-se em consideração o número de ouros, com o de pratas sendo o primeiro critério de desempate (42 ouros, 30 pratas e 25 bronzes). Ainda segundo a revista, o Brasil terá o melhor desempenho de sua história, com 8 ouros, 4 pratas e 13 bronzes, 25 medalhas no total - melhor até mesmo que o previsto pelo Comitê Olímpico Brasileiro, que prevê o ganho de 15 medalhas, três delas de ouro. Até hoje este número de medalhas ganhas é o melhor da história olímpica brasileira, obtida nos Jogos de Atlanta, em 1996 (em número de ouros, contudo, o melhor é o de cinco nos Jogos de Atenas, em 2004).

Tais previsões podem representar o sentimento que cada um tem em relação a cada modalidade - elas foram feitas por especialistas em cada área. Mas elas podem não refletir o que ocorrerá em Londres, pois o esporte, no geral, não obedece a critérios lógicos. Pelo menos um dos erros da publicação foi gritante: o de que a nadadora Ana Marcela Cunha ganhará o bronze na maratona aquática. Mas ela não se classificou para esta Olimpíada - a única representante do Brasil será Poliana Okimoto, com a vaga conquistada no Mundial do ano passado. Marcela foi campeã do mundo, mas numa distância que não é olímpica.

Previsões podem ser boas para incentivar a torcida e o público consumidor - mas o que realmente vale será o que irá ocorrer a partir de sábado, quando as medalhas começarão a ser distribuídas aos atletas. Ou seja, elas certamente serão esquecidas assim que as Olimpíadas tiverem início.

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