7.11.09

Pan 2015: Ganhou a melhor



Não houve surpresas na corrida para sediar os XVII Jogos Pan-Americanos e V Jogos Parapan-Americanos, a realizar-se em 2015. A cidade de Toronto, no Canadá, confirmou o favoritismo que tinha desde o início da campanha e conquistou o direito de sediar o Pan. Será a terceira vez que os canadenses sediarão o maior evento esportivo do Hemisfério Ocidental (as duas anteriores foram em Winnipeg, em 1967 e 1999).

Foi uma vitória fácil, obtida logo na primeira rodada de votação, por maioria absoluta de votos. Toronto conquistou 33 dos 52 votos possíveis, contra 11 de Lima (PER) e 7 de Bogotá (COL) - houve uma abstenção. Serão disputadas todas as 28 modalidades olímpicas (o golfe estreará no programa pan-americano; o rúgbi de sete terá feito sua estreia em 2011, nos Jogos de Guadalajara), além de outras nove ou dez não olímpicas - entre elas, segundo o previsto no projeto, o futsal, que estreou em 2007, no Rio, mas não estará em 2011. O Parapan seguirá a norma dos anteriores, com todas as modalidades classificatórias para os Jogos Paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Os XVII Jogos Pan-Americanos serão disputados de 10 a 26 de julho de 2015; já os V Jogos Parapan-Americanos, de 7 a 14 de agosto do mesmo ano.

4.11.09

Candidaturas comprovam boa fase do Pan

Nesta semana, a ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana) escolherá a cidade que irá sediar a 17ª edição dos Jogos Pan-Americanos, a realizar-se em 2015. Bogotá (COL), Lima (PER) e Toronto (CAN) são as cidades candidatas. Duas coisas são certas: independentemente da cidade que for eleita, o Pan de 2015 quebrará o rodízio informal que vinha desde 1971 (desde então, os Jogos Pan-Americanos se alternam em edições sediadas nas Américas do Sul, do Norte e Central, o que será concluído em 2011, nos Jogos de Guadalajara, no México, América do Norte; não há nenhuma cidade centro-americana entre as candidatas, e sim duas sul-americanas e uma da América do Norte); e a boa fase que vive o evento depois da bem sucedida edição de 2007, no Rio de Janeiro, a ponto de despertar o interesse de cidades que querem sediar o evento.

Desde a escolha de Santo Domingo para sediar o Pan de 2003 (quando derrotou a mexicana Guadalajara e a colombiana Medellin), não se via mais do que duas cidades candidatas a sediar uma edição de Jogos Pan-Americanos. Talvez isso se deva ao pouco interesse que o evento desperta fora do continente americano, ou mesmo nos Estados Unidos. Mas o grande sucesso comercial do Pan de 2007 certamente despertou um pouco desse desejo em sediar a competição. Para sediar os Jogos de dois anos atrás, o Rio derrotou a cidade norte-americana de San Antonio, que é no máximo a terceira maior do Texas, e buscava ser a terceira de seu país a receber o Pan (Chicago, em 1959, e Indianápolis, em 1987, foram essas duas). Costumeiramente, há poucos candidatos a cada votação, ou mesmo candidaturas únicas - casos de San Juan, em 1979, e a própria de Guadalajara, que sediará em 2011 (a cidade mexicana foi confirmada como sede em 2006, um ano antes do Pan do Rio).

O fato de haver três candidaturas a sediar os Jogos Pan-Americanos pode ser encarado como um sinal de que uma boa organização possibilita um grande evento - exceto as edições disputadas na América do Norte e em Havana (1991), o Pan não levava a fama de ser bem-organizada antes de tomar lugar em terras cariocas. O nível das candidatas também é um indício: duas capitais sul-americanas (a última a sediar foi Caracas, em 1983) e a maior cidade da segunda maior economia do continente (entre as cidades canadenses, apenas Winnipeg sediou, por duas vezes, em 1967 e 1999) buscam essa indicação da ODEPA. Isso oferece uma perspectiva animadora, ainda mais com a recente eleição do Rio para sediar as Olimpíadas de 2016. Basta lembrar que Toronto, por exemplo, candidatou-se a sede das Olimpíadas de 2008 - ficou em segundo lugar, perdendo para Pequim na segunda rodada de votação.

Toronto, aliás, é vista como a grande favorita para sediar o Pan de 2015, com um projeto dividido em três grandes zonas, que privilegiam a própria cidade e algumas vizinhas, situadas na região conhecida como Ferradura de Ouro, na província de Ontário (o atletismo, por exemplo, seria disputado num novo estádio, na cidade de Hamilton). Caso a cidade canadense seja escolhida, as cerimônias de abertura e de encerramento estarão programadas para ocorrer numa moderna arena multiuso, o Rogers Centre, com teto retrátil - o local sediaria também as finais do beisebol, modalidade que deixou de ser olímpica, mas continua pan-americana.

Mas a candidatura de Bogotá vem crescendo nos últimos dias (Cáli foi a única cidade colombiana a sediar o evento, em 1971). Para que logre sucesso, a capital da Colômbia conta com o voto de várias nações da América Latina - além dos Jogos Pan-Americanos, os colombianos disputam os Jogos Centro-Americanos e do Caribe, e sediarão a próxima edição dos Jogos Sul-Americanos (em 2010, na cidade de Medellin). A candidatura consiste em mostrar poucas distâncias entre os eventos esportivos - estão previstas apenas três modalidades distantes mais do que oito quilômetros da Vila Pan-Americana. O tradicional estádio El Campín (a um quilômetro da Vila) será remodelado para receber, além do futebol, o atletismo e as cerimônias de abertura e encerramento - teria, inclusive, seu nome mudado para Estádio Panamericano.

Embora seja vista como zebra, a candidatura de Lima mantém suas esperanças. Dentre os países candidatos, o Peru é o único que ainda não sediou os Jogos Pan-Americanos (a capital peruana sediou os Jogos Sul-Americanos em 1990). Os postulantes se baseiam em quatro grandes zonas de competição (Central - onde ficaria a Vila -, Norte, Sul e Leste), que não ficariam distantes uma da outra - a Leste, a mais distante, ficaria a no máximo 35 minutos da Vila Pan-Americana. O Estádio Nacional (palco das finais da Copa América de 2004 e da Copa do Mundo Sub-17 de 2005) seria reformado para receber o futebol e as cerimônias.

Qual das três candidaturas é a melhor? Com a palavra, a ODEPA.

1.11.09

As primeiras conversações (e polêmicas) das Olimpíadas de 2016

Foi realizado neste final de semana, no hotel Copacabana Palace, o primeiro seminário realizado entre a prefeitura do Rio e o Comitê Olímpico Internacional para conversações acerca da organização dos Jogos Olímpicos de 2016. Como era de se esperar, o COI recomendou calma aos organizadores dos Jogos, em relação aos prazos de construção e manutenção da infraestrutura do evento, assim como ao legado que as Olimpíadas deixarão à cidade.

Presente ao seminário, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse não descartar a hipótese de levar alguns importantes projetos relacionados aos Jogos para a região portuária - o que faria parte de um projeto de revitalização da área, que vinha desde bem antes da eleição da cidade. Três desses projetos têm lugar certo por lá: o Museu Olímpico, o Comitê Organizador dos Jogos e a futura sede do Comitê Olímpico Brasileiro - este, um projeto antigo. Agora, há a hipótese de o Centro de Mídia (projetado para ter lugar na Barra da Tijuca, o grande centro de competições das Olimpíadas) ser construído também na Zona Portuária, pensando também na Copa do Mundo de 2014 - seria mais perto do estádio do Maracanã, que deverá sediar a final do Mundial, e onde serão realizadas as cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos. Assim, um mesmo prédio seria utilizado para os dois eventos, num intervalo de dois anos. Isso valorizaria ainda mais a região e diminuiria gastos.

Mas tem um problema: mudança alguma deve ser feita na estrutura preparatória de uma Olimpíada sem a anuência do COI - afinal, foram os seus delegados que elegeram o projeto como o melhor entre os candidatos. Inclusive, com o centro de imprensa na Barra, perto da Vila Olímpica e de grande parte das instalações esportivas. Porém, não há entrevero que não seja resolvido com simples negociações. O projeto das próximas Olimpíadas, as de 2012, em Londres, sofreu muitas modificações (e isso continua, visto que muitas modalidades mudaram de lugar e outras ainda não têm local definido). Ou seja, houve precedentes, que podem muito bem se repetir agora. Se houver necessidades de mudança que acarretem economia e praticidade, não custa nada fazê-las. Basta existir boa vontade dos dois lados.