22.8.08

O ouro da superação



Esta sexta-feira foi, sem dúvida, o melhor dia para o Brasil nestas Olimpíadas de Pequim. Mesmo sem ter começado bem, com a derrota, no vôlei de praia, da dupla Márcio/Fábio Luiz para os norte-americanos Dalhausser/Rogers por 2 a 1 (23/21, 17/21 e 15/4), e a conseqüente medalha de prata (o bronze ficou com outra dupla brasileira, Emanuel/Ricardo, que derrotou Renato "Geor"/Jorge "Gia", da Geórgia, por 2 a 0, parciais de 21/15 e 21/10).

Na quadra, o vôlei brasileiro se classificou a sua segunda final seguida, a quarta na história olímpica: derrotou a Itália, de virada, por 3 a 1 (19/25, 25/18, 25/21 e 25/22), e enfrentará na decisão a seleção dos Estados Unidos, única invicta até o momento e que se revela uma pedra no sapato do vôlei do Brasil.

No futebol, a Seleção de Dunga se redimiu em parte da vexaminosa derrota para a Argentina nas semifinais: goleou a Bélgica por 3 a 0, em Xangai, e ficou com a medalha de bronze.

Mas foi no Estádio Nacional de Pequim, onde são disputadas as provas de atletismo, que o Brasil mostrou seus melhores resultados. Nas duas provas do revezamento 4x100 metros, as equipes masculina e feminina do Brasil coneguiram dois quartos lugares. Colocação honrosa, levando-se em consideração que o nosso atletismo de velocidade está apenas engatinhando no feminino, e o masculino vive um período de renovação. Continuando um trabalho sério, vislumbra-se um grande futuro.

Mas o melhor do dia (e um dos melhores momentos do atletismo nacional em todos os tempos) foi o ouro de Maurren Higa Maggi no salto em distância, com 7,04 metros (apenas um centímetro à frente da segunda colocada, a russa Tatyana Lebedeva - a nigeriana Blessing Okagbare ficou com o bronze). O resultado histórico coroa o esforço da saltadora, que chegou a se aposentar do esporte em 2005, depois de cumprir suspensão por doping, que até hoje ela considera injusta. A decisão de voltar valeu a pena: Maurren Higa Maggi se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha de ouro olímpica de forma individual, depois de 76 anos de participação feminina brasileira em Jogos Olímpicos.

Curiosidade: Nélio Moura, treinador de Maurren, também treina o panamenho Irving Saladino, campeão olímpico masculino do salto em distância. Talvez ele seja o primeiro treinador da história olímpica a ter seus atletas campeões, numa mesma modalidade, tanto no masculino quanto no feminino...

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