3.5.09

Visita satisfatória. Mas ainda é pouco



Neste domingo, encerra-se a visita dos delegados do Comitê Olímpico Internacional ao Rio de Janeiro, a terceira das quatro cidades finalistas visitadas pela comissão (depois de Tóquio e Chicago; Madri será visitada na próxima semana). Podem ser tiradas, dessa experiência, as conclusões de que nossos habitantes, quando querem, são capazes de receber muito bem os visitantes estrangeiros, além do progresso de nossa infraestrutura, muito em parte graças ao Pan de 2007. Aparentemente, os delegados do COI gostaram do que viram, apesar de não terem sido autorizados a expressar opiniões, pelo menos por ora. Mas muita coisa ainda terá que ser feita se o Rio quiser ter chances reais de sediar as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016.

Apesar da boa recepção popular e do alto índice de aprovação dos cariocas a um projeto olímpico, há que se ter uma responsabilidade das esferas de governo quanto à construção de um legado para os cariocas e brasileiros. Os altos gastos com as arenas usadas no Pan, e o pouco uso delas depois do evento continental, ainda estão vivos na memória dos contribuintes. Mesmo em Jogos Olímpicos e em Copas do Mundo (como a que o Brasil sediará em 2014), isso vem sendo uma constante, principalmente dos anos 1990 para cá. O atual panorama mundial não colabora: grande parte dos gastos em cada grande evento esportivo vem sendo em aparatos e treinamentos de segurança, um dos grandes pontos fracos do Brasil atual.

Portanto, nós, os contribuintes, devemos fiscalizar cada gasto que as três esferas de governo fizerem, caso o Rio seja escolhido em 2 de outubro. Mesmo que não seja, o Brasil inteiro deverá fazê-lo nos próximos cinco anos: os gastos para a construção e/ou manutenção de estádios para a Copa do Mundo de 2014 prometem ser bem altos. À medida em que há arenas a serem construídas, há também interesses escusos e ameaças de superfaturamento. O próprio Pan de 2007 tem vários casos desse tipo, que até hoje não foram solucionados.

Nenhum comentário: