28.4.07

Ségolène Royal ameaça boicotar Olimpíadas de Pequim se chegar à presidência da França. Algo que decidirá?

A candidata do Partido Socialista à presidência da França, Ségolène Royal, declarou não descartar um boicote francês às Olimpíadas de 2008 em caso de vitória nas eleições. Seria um protesto contra os vetos da China a uma hipotética intervenção da ONU na guerra civil do Sudão, causadora dos massacres das milícias apoiadas pelo governo sudanês na região de Darfur. Uma intervenção prejudicaria os interesses chineses na região, exportadora de petróleo.

Por mais que seja condenável uma atitude de fechar os olhos para um genocídio em nome de interesses econômicos, nada justifica um boicote a uma competição esportiva. O tempo mostra que esporte e política, por mais que estejam colados um no outro, devem permanecer separados em nome da dignidade. Os boicotes dos Estados Unidos e de parte do mundo ocidental às Olimpíadas de 1980, e o troco soviético e de parte do mundo socialista quatro anos mais tarde, mostraram-se infrutíferos por privarem o mundo de grandes duelos esportivos.

Se o adversário de Royal no segundo turno, o direitista Nicolas Sarkozy, aproveitar esse deslize e intensificar sua campanha junto à comunidade esportiva, pode levar vantagem nesse disputa equilibrada pelo Palácio do Eliseu. E ele descartou qualquer possibilidade de boicote às Olimpíadas de Pequim. Algo que pode decidir esse confronto pelo voto, pelo menos entre os amantes do esporte no país.

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