17.5.08

Pistorius em busca da superação



A decisão do Tribunal Arbitral do Esporte, que autorizou o velocista sul-africano Oscar Pistorius (amputado das duas pernas) a buscar uma vaga nas Olimpíadas de Pequim, para competir com os atletas comuns, abre uma discussão interessante: até que ponto pode haver uma integração de atletas portadores de deficiência às competições ditas "normais" sem que haja vantagens ou desvantagens, ou seja, que todos os atletas tenham igualdade de condições para competir?

Ganhador de duas medalhas nos Jogos Paraolímpicos de 2004, em Atenas, Pistorius compete com próteses de fibra de carbono, que ajudam a economizar energia muscular ao correr. Daí a polêmica: muitos atletas poderiam reclamar que teriam desvantagem ao enfrentarem o velocista. Pistorius competiu contra atletas comuns em várias competições de atletismo, com tempos que variam de razoáveis a bons, suficientes para, numa disputa de alto nível, levá-lo a uma semifinal.

As seletivas sul-africanas do atletismo já foram disputadas, mas a federação local anunciou que Pistorius pode tentar a classificação, alcançando o índice olímpico, em alguns torneios que serão disputados até o próximo mês.

Curiosamente, Oscar Pistorius não será o único atleta sul-africano amputado a aspirar a uma vaga olímpica. A nadadora Natalie du Toit, que não tem parte da perna esquerda e não usa prótese, já está classificada para a prova da maratona aquática.

A primeira atleta portadora de deficiência física a disputar uma Olimpíada foi a fundista norte-americana Marla Runyan, que competiu na prova dos 1.500 metros rasos nas Olimpíadas de Sydney, em 2000 (prova no qual tinha conquistado o ouro no Pan de Winnipeg, no ano anterior). A corredora tem apenas 10% de sua visão.

Nenhum comentário: