29.9.07

Pré-Olímpico feminino de basquete: Acabou a brincadeira. Agora, é pra valer

O Brasil venceu suas partidas na primeira fase do Pré-Olímpico Feminino de Basquete das Américas, que está sendo disputado na cidade chilena de Valdivia. Só teve um pouco de dificuldade na estréia, contra a Argentina, quando venceu por 72 a 62 - o que não é novidade, visto que no Mundial do ano passado, em São Paulo, também na primeira partida, as brasileiras venceram por apenas dois pontos de diferença. Os dois jogos seguintes foram bem mais fáceis: o Brasil derrotou o anfitrião Chile por 104 a 60 e o México por 119 a 44.

Com a classificação para as semifinais, o Brasil garantiu, na pior das hipóteses, uma vaga no Pré-Olímpico Mundial, no próximo ano. Agora, as brasileiras enfrentarão Cuba, segunda colocada do Grupo B - cuja seleção primeira colocada, os Estados Unidos, enfrentará a Argentina na outra semifinal.

O Grupo A foi tão fácil que muitos o encararam até com certa preocupação. O outro grupo tinha apenas a Jamaica como uma seleção fácil de ser batida (o Canadá acabou em terceiro). Enfrentando as cubanas, a seleção brasileira terá seu primeiro grande teste na competição.

Apenas a seleção campeã garante vaga automática nas Olimpíadas de Pequim. As demais semifinalistas disputarão o Pré-Olímpico Mundial.

19.9.07

Pode Derly ser o maior judoca brasileiro da História? Potencial ele tem



No último final de semana, no Mundial do Rio, o judoca João Derly sagrou-se o primeiro brasileiro bicampeão mundial da modalidade, na categoria até 66 quilos. Desta forma, ele garantiu vaga nas Olimpíadas de Pequim, no ano que vem (já que tinha conquistado também o ouro no Pan).

Desta forma, ele se torna também a grande esperança de ouro olímpico na capital chinesa (visto que Tiago Camilo, também campeão mundial e pan-americano, ainda não obteve vaga pois ainda enfrentará numa seletiva Flávio Canto, que não disputou o Mundial por estar contundido). Caso alcance esse objetivo, será que Derly já pode ser considerado o melhor judoca brasileiro de todos os tempos, visto que o gaúcho seria o atleta deste esporte com os melhores resultados?

Pode ser que sim. Potencial pra isso, ele tem. Mas o fato é que o nosso judô nunca esteve tão bem (principalmente no masculino; as mulheres não conseguiram medalhas no Mundial). Isso se deve a um trabalho sério e que visa a popularizar a modalidade - pelo visto, os atuais dirigentes têm tudo para conseguir. Por um simples motivo: nunca tantos judocas serviram de exemplo para a prática esportiva. E João Derly encabeça essa nobre lista.

15.9.07

Mundial de Judô já é o melhor do Brasil



Está em curso na Arena Olímpica do Rio (terminará no próximo domingo) o 25º Campeonato Mundial de Judô, organizado pela Federação Internacional da modalidade.

Talvez aproveitando ao máximo o fato de competir em casa pela segunda vez (a primeira foi em 1965, também no Rio), o Brasil já faz sua melhor edição neste esporte, em todos os tempos. Ainda chegamos à metade e já temos três medalhas (duas de ouro e uma de bronze), todas no masculino.

No primeiro dia, na categoria até 100 quilos, Luciano Corrêa conquistou o título mundial ao derrotar o britânico Peter Cousins. Na categoria com mais de 100 quilos, João Gabriel Schlittler ficou com o bronze, dividindo-o com o georgiano Lasha Gujejiani. O ouro ficou com o francês Teddy Riner, e a prata com o russo Tamerlan Tmenov.

Nesta sexta, na categoria até 81 quilos, Tiago Camilo confirmou sua grande fase e conquistou o ouro, derrotando na final o francês Anthony Rodriguez. A campanha de Camilo foi espetacular: sete lutas, sete vitórias por ippon (a pontuação máxima no judô).

9.9.07

Evolução brasileira comprovada no Mundial de Ginástica



Encerrou-se neste domingo a 40ª edição do Campeonato Mundial de Ginástica Artística, em Stuttgart, na Alemanha.

O Brasil confirmou sua evolução em alguns aspectos. Nas equipes femininas, o país acabou na quinta posição, sua melhor colocação na história da competição. Além disso, pela primeira vez uma ginasta brasileira obteve medalha no individual geral - Jade Barbosa conquistou o bronze.

No masculino, a evolução não foi tão grande - a equipe não conseguiu colocação suficiente para levar uma equipe inteira ou mesmo dois atletas às Olimpíadas de Pequim, devendo levar somente um atleta. Menos mal que Diego Hypolito conseguiu seu segundo título mundial no solo (o primeiro tinha sido em 2005).

Encerrados os Jogos do Pacífico Sul. E a campeã do quadro de medalhas é...


...mais uma vez, a Nova Caledônia. A colônia francesa, líder histórica de medalhas da competição (e que, curiosamente, não é filiada ao Comitê Olímpico Internacional), foi mais uma vez a grande vencedora, com 90 medalhas de ouro, 68 de prata e 66 de bronze - seguida de longe pelo Taiti, segundo colocado com 44 ouros, 118 medalhas no total. A anfitriã Samoa ficou com 43 ouros (127 medalhas no total), em terceiro lugar, sendo a melhor entre as filiadas ao COI.

Agora, um parêntese para o futebol: no masculino, Nova Caledônia (ouro), Fiji (prata) e Vanuatu (bronze) se classificaram para a Copa das Nações da Oceania, onde enfrentarão a Nova Zelândia - a seleção campeã garantirá vaga na Copa das Confederações de 2009 e enfrentará o quinto colocado da Ásia na repescagem das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Já no feminino, a campeã Papua Nova Guiné enfrentará as neozelandesas na luta por uma vaga nas Olimpíadas de Pequim.

2.9.07

Mundial de Atletismo: Só uma medalha, mas uma pequena evolução brasileira


Encerrou-se neste domingo a 11ª edição do Campeonato Mundial de Atletismo, que foi realizada neste ano em Osaka, no Japão.

Como esperado, os Estados Unidos dominaram o quadro de medalhas, com 14 de ouro, 26 no total - nove douradas a mais que o Quênia, segundo colocado. Apesar de ter conquistado uma única medalha (a prata no salto triplo, com Jadel Gregório), ficando em 28º no geral, o Brasil apresentou alguma evolução, principalmente em relação ao Mundial de 2005, em Helsinque.

Naquela ocasião, o Brasil não conseguiu medalha alguma. Neste ano, porém, o país se classificou em um maior número de finais, além de levar mulheres a decisões pela primeira vez, em modalidades como os saltos com vara, o triplo e em distância.

A próxima edição do Mundial de Atletismo será disputada em agosto de 2009, em Berlim, na Alemanha.

1.9.07

Nada mais previsível



Como esperado, Estados Unidos (135 a 91 em Porto Rico) e Argentina (91 a 80 no Brasil) decidirão o Pré-Olímpico das Américas de basquete masculino, garantindo vagas nas Olimpíadas de Pequim.

Isso, para falar a verdade, estava previsto desde as semifinais do Mundial do ano passado, no Japão. O campeão mundial garante vaga no torneio olímpico de basquete, e dois europeus decidindo a competição (a Espanha derrotou a Grécia e se classificou para os Jogos) eram um indício de que o Brasil teria, no mínimo, muito trabalho para romper o jejum de participações olímpicas (a última participação foi em 1996, em Atlanta).

Não deu outra. No Pré-Olímpico das Américas, prevaleceu a lógica: as duas melhores seleções de basquete do continente se classificaram. Os norte-americanos, que levaram os astros da NBA (queriam se classificar o quanto antes), e os argentinos (que colhem há anos os frutos de um excelente trabalho - foram vice-campeões mundiais em 2002 e são os atuais campeões olímpicos - e têm, como se pode perceber, uma seleção reserva melhor que os titulares do Brasil...) fizeram por merecer estas vagas.

Agora, só resta-nos disputar o Pré-Olímpico Mundial, que será disputado em julho próximo, em local a ser definido pela FIBA. Serão doze seleções (além do Brasil, representarão as Américas o Canadá e Porto Rico), e os três primeiros garantirão as últimas vagas. Se houver mudanças radicais (o técnico Lula Ferreira sair, a CBB ter mais responsabilidade e menos politicagem, nossos jogadores treinarem as jogadas e colocarem a cabeça no lugar, entre outras coisas...), o Brasil terá boas chances de classificação. Senão, só restará a nós esperar por 2012.

23.8.07

Há 20 anos, a vitória que mudou a história do basquete



Nesta quinta-feira, fez 20 anos que deu-se uma das maiores zebras da história do basquete, e também uma das mais importantes vitórias do esporte brasileiro em todos os tempos. No dia 23 de agosto de 1987, a Seleção Brasileira de basquete masculino, de Oscar, Marcel e companhia (uma das melhores gerações desta modalidade no país, talvez só perdendo para a bicampeã mundial em 1959 e 1963), conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, o berço deste esporte, ao derrotar os donos da casa por 120 a 115.

Esta tinha sido a primeira derrota da seleção norte-americana em seus domínios, em qualquer competição, além de ter sido a primeira vez em que os Estados Unidos sofreram mais de cem pontos numa única partida. O Brasil conquistou sua segunda medalha de ouro no basquete masculino num Pan (o primeiro tinha sido em 1971; depois, conquistaria mais três, em 1999, 2003 e 2007). Mas a importância maior deste surpreendente desfecho se deu fora das quadras.

Naquela época, havia uma espécie de cisão entre a NBA (que gere a milionária liga norte-americana) e a FIBA (a instância máxima do basquete no planeta), que proibia os participantes da liga de disputar competições internacionais de seleções, além de ter regras diferentes. Resultado: os norte-americanos, mesmo em Olimpíadas e Mundiais, jogavam com seus universitários. Depois da derrota de Indianápolis e da eliminação nas semifinais do torneio olímpico de Seul, no ano seguinte, os Estados Unidos perceberam que perderiam rapidamente a supremacia no basquete jogando apenas com amadores e universitários...

Um acordo entre NBA e FIBA, com as bênçãos do COI (interessado na mais crescente profissionalização olímpica), possibilitou a participação de profissionais no basquete desde as Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Ou seja, as pessoas que se encantaram com o Dream Team de Jordan, Johnson, Bird etc. (e não foram poucas!) podem agradecer à Seleção Brasileira campeã pan-americana em Indianápolis.

Para ter-se uma idéia da marca que foi aquela partida, os Estados Unidos só voltariam a perder em casa numa competição oficial 15 anos depois, no Mundial de 2002, também em Indianápolis... De todo modo, guardadas as devidas proporções, o dia 23 de agosto de 1987 representa para o basquete norte-americano o mesmo que o dia 16 de julho de 1950 é para o futebol brasileiro.

22.8.07

A mais exótica das competições continentais



Começa no próximo sábado (indo até 8 de setembro), em Ápia, capital de Samoa, a 13ª edição dos Jogos do Pacífico Sul, a maior competição polidesportiva da Oceania (mesmo sem contar com a participação da Austrália e da Nova Zelândia, que além das Olimpíadas disputam somente os Jogos da Comunidade Britânica).

Serão disputadas 33 modalidades, a maioria delas pertencente ao programa olímpico, outras não-olímpicas (como o fisiculturismo, o críquete, o golfe, a bocha, o surfe e o rúgbi) e outras estranhas a nossos olhos, como a canoa polinésia e o netbol (esporte similar ao basquete, praticado predominantemente por mulheres e muito popular em países de colonização britânica).

Disputarão o evento, cuja primeira edição se deu em 1963 (em Suva, Fiji), 22 delegações, entre países independentes como Samoa, Fiji e Vanuatu, além de territórios e dependências - vários destes não-filiados ao Comitê Olímpico Internacional como Nova Caledônia (líder no quadro histórico com 568 medalhas de ouro, 1411 no total), Niue, Norfolk, Toquelau e as Ilhas Marianas do Norte. Não haverá competições aos sábados.

Curiosidade: o torneio masculino de futebol servirá como a primeira etapa das Eliminatórias da Oceania para a Copa do Mundo de 2010. As três seleções medalhistas enfrentarão a Nova Zelândia na Copa das Nações da Oceania de 2008, que dará à seleção campeã a vaga na Copa das Confederações de 2009, na África do Sul, além do direito de disputar a vaga para o Mundial numa repescagem contra o quinto colocado da Ásia. Entre as mulheres, o torneio de futebol valerá como classificação para o Pré-Olímpico do próximo ano.

19.8.07

Missão cumprida. Ou quase



A terceira edição dos Jogos Parapan-Americanos se encerrou hoje, no Rio, com a confirmação de duas coisas: a força do Brasil em competições paradesportivas (o país-sede foi o grande vencedor da competição, terminando em primeiro lugar no quadro geral de medalhas, com 83 ouros, 228 no total; o segundo colocado foi o Canadá, com 49 ouros); e o entrelaçamento definitivo do Pan e do Parapan quanto à cidade-sede: o Comitê Paraolímpico das Américas confirmou que a sede dos Jogos Parapan-Americanos de 2011 será mesmo a cidade mexicana de Guadalajara, que também sediará o Pan no mesmo ano.

Tudo bem, mas... As cerimônias de abertura e encerramento poderiam ter sido mais bem cuidadas, isso é fato. A de abertura, no domingo passado, realizada na Arena Olímpica do Rio, foi uma cópia-carbono e em níveis reduzidos da do Pan. Os organizadores poderiam ter criado uma cerimônia mais original, enfatizando a superação dos limites. Além disso, ela foi restrita a convidados das três esferas de governo, e nem todos compareceram - pra falar a verdade, uma minoria marcou presença nas cadeiras da Arena, fazendo-a ficar quase vazia. Se não podia fazer como fariam durante a competição - ou seja, entrada franca -, pelo menos poderiam fazer os que queriam assistir trocarem alimentos não-perecíveis por convites. Não faltariam interessados, com certeza.

Com a de encerramento, realizada hoje, foi ainda pior. Anteriormente, ela estava marcada também para a Arena Olímpica do Rio. Nesta quinta-feira, porém, os organizadores a transferiram para a Vila Pan-Americana, fazendo-a ficar restrita aos atletas e às autoridades. Ou seja, fechada ao público que queria coroar a bela campanha dos nossos paratletas. Pegou mal.

Ou seja, os organizadores perderam a oportunidade de fazer dos Jogos Parapan-Americanos de 2007 ainda melhores do que foram. Mesmo assim, valeu pela força de superação de nossos atletas, que venceram todos os limites (dos físicos aos financeiros) para dar o seu recado.