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8.10.10

O que a Índia pode ensinar ao Brasil

Seguem em andamento os XIX Jogos da Comunidade Britânica, que estão sendo disputados em Nova Délhi, na Índia. O país asiático, assim como o Brasil, é um mercado emergente que busca sua afirmação no cenário internacional, mas sofre com o desleixo e a corrupção de sua classe política. Apenas isso seria suficiente para ser encarado como um aviso aos brasileiros para que fiscalizem muito as obras para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Mas tem muito mais, o que chega a assustar pela semelhança com a nossa realidade.

Assim como encaramos a vitória para sediar os Jogos Olímpicos que serão daqui a seis anos, os indianos receberam a notícia de que sediariam os Jogos da Comunidade Britânica de 2010 (em novembro de 2003) com festa, mas também com muitas críticas - afinal, imaginavam que muitas obras seriam feitas com dinheiro público. Assim como o Rio tinha o prestígio dos Jogos Pan-Americanos de 2007, os indianos tiveram o sucesso da primeira edição dos Jogos Afro-Asiáticos, em Hyderabad, naquele mesmo ano de 2003 em que sua capital foi eleita, como trunfo.

Muitos dos fatos ocorridos antes e durante o evento que está sendo realizado na Índia são assustadores e muito conhecidos por nós, brasileiros: atrasos nas obras (os indianos começaram a trabalhar mais arduamente apenas no ano passado, seis anos depois da escolha), denúncias de superfaturamento, entre outros problemas. A capital indiana sofre com surtos de dengue e falta de segurança. As falhas estruturais também assustam: pouco antes do início dos Jogos, parte do teto do estádio Jawaharlal Nehru, o palco principal, desabou - o mesmo ocorreu com uma passarela que liga o estádio a um estacionamento, ferindo dezenas de operários. Além disso, a vila onde os atletas ora estão hospedados apresentava problemas menos de um mês antes do começo das competições, com sujeira por todo lado, paredes a pintar e cachorros vagando pelas ruas. Nem mesmo durante os Jogos os problemas cessam: nadadores que competiam nas piscinas (foto) do complexo de natação SP Mukherjee vêm apresentando problemas estomacais. Estima-se que a culpa seja da qualidade da água.

Muitos atletas de várias modalidades desistiram de competir por causa de tais problemas, antes de os Jogos começarem. Esperemos que os organizadores das Olimpíadas de 2016 estejam percebendo tais problemas e aprendam com os erros que estão sendo cometidos. Isso terá que servir como aviso para que nada se repita aqui no Brasil, daqui a seis anos.

14.8.10

O futuro já começou

Foi realizada neste sábado, num palco montado na Baía da Marina de Cingapura, a cerimônia de abertura da primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude. A festa enfatizou a cultura do país, uma cidade-estado encravada no Sudeste Asiático, e a juventude dos competidores. Os pontos altos foram os desfiles das bandeiras (não desfilaram os atletas, mas somente os porta-bandeiras) e o acendimento da pira, representada por um farol. O evento vai até o dia 26.


13.8.10

Revelando os atletas do amanhã



Começarão oficialmente neste sábado, na Cidade de Cingapura, os primeiros Jogos Olímpicos da Juventude, as "divisões de base" do Comitê Olímpico Internacional (que terão seu correspondente de inverno no começo de 2012, em Innsbruck, na Áustria). Cerca de 3.500 atletas de 14 a 18 anos, representando 204 países (o Kuwait, suspenso pelo COI por interferência do governo no Comitê Olímpico do país, terá seus atletas representados por uma delegação de atletas individuais), disputarão medalhas em 26 modalidades.

A cerimônia de abertura será realizada no moderno estádio flutuante de Marina Bay, um dos mais espetaculares do planeta, situado na costa do país. O local também sediará a cerimônia de encerramento, no dia 26. O Brasil será representado por 82 atletas, que começarão seus preparativos para as duas próximas Olimpíadas: as de 2012, em Londres e, acima de tudo, as de 2016, no Rio. O tenista Tiago Fernandes, campeão do torneio juvenil do Aberto da Austrália deste ano e treinado por Larri Passos (o mesmo de Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros), será o porta-bandeira brasileiro na cerimônia de abertura.

10.2.10

O curioso e incômodo jejum olímpico canadense



O Canadá é um dos países mais ricos do mundo, sendo inclusive parte integrante do G-8. É considerado por muitos o melhor país do mundo para se viver. Como bom país rico que se preze, o Canadá também tem uma tradição esportiva considerável. Em 44 Olimpíadas (24 de Verão e 20 de Inverno) disputadas, os canadenses ganharam 96 medalhas de ouro (379 no total; para efeito de comparação, o Brasil conquistou 20 ouros, somente em Olimpíadas de Verão). Detalhe: nenhum desses ouros foi conquistado pelo Canadá em casa.

Até hoje, o Canadá é o único país-sede a terminar uma Olimpíada de Verão sem conquistar uma medalha de ouro sequer (em 1976, nos Jogos de Montreal, os canadenses ganharam onze medalhas: cinco de prata e seis de bronze). Doze anos depois, a cidade de Calgary sediou as Olimpíadas de Inverno, e os anfitriões voltaram a dar vexame: ficaram com apenas cinco medalhas, duas de prata e três de bronze. Pelo menos esse dissabor o Canadá pode dividir com outros três países: França (1924, em Chamonix), Suíça (1928, em Saint-Moritz) e Iugoslávia (1984, em Sarajevo) também não subiram ao alto do pódio como países-sede de Olimpíadas de Inverno.

De todo modo, franceses e suíços o fizeram quando sediaram a competição em outras oportunidades. E como a Iugoslávia não existe mais, o Canadá é o único país filiado ao COI a passar em branco como anfitrião olímpico. A edição olímpica de inverno que começa nesta sexta-feira, em Vancouver, será a terceira Olimpíada que o Canadá sedia. E os canadenses estão loucos para acabar com esse incômodo jejum. Chances não vão faltar: como anfitriões, terão os seus 206 atletas espalhados por todas as modalidades olímpicas.

Uma esperança de medalha é a patinadora de velocidade Clara Hughes, atual campeã olímpica dos 5.000 metros e vice por equipes. Ela também é uma experiente ciclista, tendo participado de quatro edições dos Jogos Pan-Americanos (de 1991 a 2003) e ganho duas medalhas de bronze olímpicas (ambas nos Jogos de Atlanta, em 1996). Sua trajetória foi premiada: Hughes será a porta-bandeira de seu país na cerimônia de abertura.

Nos Jogos de Turim, em 2006, o Canadá ganhou sete medalhas de ouro (além de Clara Hughes, a também patinadora Cindy Klassen foi campeã nos 1.500 metros; Chandra Crawford, no esqui cross-country; Jennifer Heil, no esqui estilo livre; e a seleção de hóquei sobre o gelo, entre as mulheres. Já no masculino, a equipe de curling e Duff Gibson, no skeleton, também conquistaram o ouro), dez de prata e sete de bronze. Ou seja, experiência suficiente para quebrar o jejum, os canadenses têm de sobra.

31.1.10

2010, um ano que promete

O ano de 2010 promete ser uma grande festa esportiva, e não é só por causa da Copa do Mundo. Já no mês de fevereiro, será disputada mais uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Vancouver, no Canadá. Serão cerca de 5.500 atletas de mais de 80 países, disputando medalhas em 15 esportes na neve e no gelo. A cerimônia de abertura será às vésperas do Carnaval, no dia 12 de fevereiro, e a competição irá até o dia 28. Logo depois, de 12 a 21 de março, serão disputados na mesma cidade os Jogos Paraolímpicos de Inverno.

Também em março, só que entre os dias 19 e 31, serão realizados em Medellin, na Colômbia, os Jogos Sul-Americanos, com a participação de todos os países da América do Sul, além de Antilhas Holandesas, Aruba e Panamá. Cerca de 4 mil atletas competirão em 31 modalidades esportivas. No mesmo continente americano, mas um pouco acima, de 17 de julho a 1º de agosto, terão lugar na cidade porto-riquenha de Mayagüez os tradicionais Jogos Centro-Americanos e do Caribe, disputados por todos os países da América Central filiados ao COI, além de Colômbia, Guiana, México, Suriname e Venezuela. Haverá quase 5 mil atletas em 39 modalidades.

O ano de 2010 também marcará a estreia do mais novo evento do Comitê Olímpico Internacional: os Jogos Olímpicos da Juventude, que terão sua primeira edição disputada na Cidade de Cingapura, de 14 a 26 de agosto, com 3.500 atletas, entre 14 e 18 anos, de cerca de 170 países, competindo em 26 esportes. A Ásia receberá mais dois grandes megaeventos neste ano: de 3 a 14 de outubro, a cidade de Nova Délhi, na Índia, receberá os Jogos da Comunidade Britânica, disputados por países que foram ou são geralmente colonizados pela Grã-Bretanha - os quatro países do Reino Unido (Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales) competem separados neles. Será a segunda (depois de 1998, em Kuala Lumpur, na Malásia) edição do evento a ser disputada no continente asiático, que terá sua mais importante e tradicional competição esportiva realizada logo depois: os Jogos Asiáticos, de 12 a 27 de novembro, em Cantão, na China, com 43 modalidades esportivas. Na mesma cidade chinesa, será realizada, de 12 a 19 de dezembro, a primeira edição dos Jogos Parasiáticos.

Faltam ainda dois anos e meio para as Olimpíadas de Londres, mas 2010 será um ano bem corrido para quem gosta de acompanhar o esporte internacional.

16.10.09

As Olimpíadas de Inverno de 2010 começam a tomar forma

Faltando menos de quatro meses para o início dos XXI Jogos Olímpicos de Inverno (que serão realizados de 12 a 28 de fevereiro de 2010, em Vancouver, no Canadá), foram divulgadas pelo Comitê Olímpico Internacional e pelo Comitê Organizador as medalhas que serão entregues aos atletas nas quinze modalidades. Ao contrário do que ocorre nos Jogos Olímpicos de Verão, em que as medalhas seguem um determinado padrão (o atual vem desde 2004), nos de Inverno o visual das medalhas muda a cada edição.

Nestes Jogos de Vancouver, as medalhas serão onduladas, com um visual que remete às artes rupestres características da Colúmbia Britânica, província canadense onde o evento será realizado. Elas evocam as montanhas, o oceano e a neve, segundo o Comitê Organizador dos Jogos. Essas medalhas também serão entregues nos Jogos Paraolímpicos de Inverno, de 12 a 21 de março, também em Vancouver.

30.11.07

Olimpíadas recentes e futuras: Não estaria havendo mascotes demais?



Foram apresentadas ontem as mascotes das Olimpíadas de Inverno de 2010, que serão realizadas na cidade canadense de Vancouver. Serão três: Miga, um urso-marinho com ares de surfista; Quatchi, um pé-grande; e Sumi, um pássaro guardião. Além deles, há uma "mascote honorária": Mumuk, uma marmota que age meio que na aba dos demais... Seguindo a tendência iniciada com o nosso solzinho Cauê, mascote do Pan e do Parapan de 2007, no Rio, as mascotes olímpicas de 2010 servirão tanto para as Olimpíadas quanto para as Paraolimpíadas de Inverno.

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas isso causa uma discussão que não é de hoje, apesar de ser relativamente recente: não anda havendo mascotes demais pra cada edição olímpica? Isso vem desde 2000, quando três espécimes típicos da fauna australiana (a cucaburra Olly, o ornitorrinco Syd e o eqüidna Millie) representaram as Olimpíadas de Sydney. Uma dupla de crianças (Athena e Phevos - cujos nomes homenagearam Átena e Febo, figuras da mitologia grega - representando bonecos gregos típicos) foi mascote dos Jogos de Atenas, quatro anos depois. Já os chineses exageraram, como vêm fazendo constantemente em qualquer coisa: haverá cinco mascotes nas Olimpíadas de Pequim, no ano que vem, com cada um representando um elemento da cultura chinesa.

Isso, à medida que o tempo passa, parece ser quase que uma exclusividade do movimento olímpico. Houve uma exceção na Copa do Mundo de 2002, quando houve três mascotes, que por sinal não vingaram. A minha tese é que há uma corrida desenfreada por aquisição de direitos sobre produtos relacionados às Olimpíadas, assim como há um grande interesse nos lucros que tais produtos certamente irão gerar. Afinal de contas, as Olimpíadas estão se tornando um negócio cada vez mais rentável. Só não precisavam exagerar no número de mascotes.

Isso me causa um certo temor quanto às Olimpíadas de 2012, em Londres. Se o logotipo já causou grande polêmica, imaginem a discussão que a(s) mascote(s) pode(m) gerar...

Para ver o vídeo que apresenta as mascotes das Olimpíadas de Inverno de 2010, é só clicar aqui.