9.8.16

Uma recuperação histórica

Foto: Pedro Kirilos/Agência O Globo
E, no terceiro dia de competições, apareceu a primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada do Rio. No judô, Rafaela Silva foi a grande campeã na categoria até 57 quilos, derrotando na final a mongol Sumiya Dorjsuren, com um waza-ari ainda no início da luta.
 
É a redenção da judoca da favela carioca da Cidade de Deus, que fica a poucos quilômetros de distância do Parque Olímpico em que ela conquistou o ouro. Há quatro anos, em Londres, ela foi desclassificada ao descumprir uma regra da luta (colocou a mão na perna da adversária, a húngara Hedvig Karakas, para tentar derrubá-la - o que era proibido desde aquela Olimpíada). Mas nada há que o tempo não cure: nesse meio tempo, Rafaela progrediu, conquistando o título mundial no Maracanãzinho, em 2013. O ouro olímpico representa a consagração da jovem revelada pelo projeto liderado por outro medalhista olímpico no judô, Flávio Canto.
 
A portuguesa Telma Monteiro e a japonesa Kaori Matsumoto ficaram com a medalha de bronze.

7.8.16

Felipe Wu quebra um jejum de 96 anos

Foto: Agência O Globo
No primeiro dia de competições dos Jogos Olímpicos do Rio, foi quebrado um jejum de quase um século. Depois de 96 anos, o Brasil voltou a ganhar uma medalha olímpica no tiro esportivo, modalidade que deu as três primeiras medalhas olímpicas ao país, nos Jogos de 1920, em Antuérpia, na Bélgica. Na prova de pistola 10 metros, Felipe Wu conquistou a medalha de prata, apenas quatro décimos atrás do campeão, o vietnamita Hoàng Xuân Vinh (202,5 pontos a 202,1). O chinês Pang Wei ficou com o bronze (180,4 pontos).
 
No judô, porém, os brasileiros não foram bem. Na categoria masculina até 60 quilos, Felipe Kitadai foi eliminado nas quartas de final - o mesmo ocorrendo com Sarah Menezes, que defendia o título conquistado em Londres, na categoria até 48 quilos. As medalhas de ouro ficaram com o russo Beslan Mudranov e a argentina Paula Pareto.
 
No vôlei, a seleção do Brasil, atual bicampeã olímpica, começou bem sua busca pelo tri: estreou derrotando a estreante seleção de Camarões por 3 a 0 (25/14, 25/21 e 25/13). No basquete, a seleção feminina começou até bem, chegou ao intervalo à frente no placar, mas não resistiu ao maior volume de jogo da Austrália, que venceu por 84 a 66. No futebol, depois de vencer a China na estreia por 3 a 0, a Seleção feminina goleou a Suécia por 5 a 1, garantindo vaga nas quartas de final.

6.8.16

Com bela festa, o Brasil dá o seu recado

Foto: AP
Com um espetáculo surpreendente, foram abertos oficialmente os Jogos da XXXI Olimpíada, no Estádio do Maracanã. A festa teve direito a homenagens a Tom Jobim, Oscar Niemeyer e Santos-Dumont, e contou com a emoção das apresentações e das coreografias, que empolgaram a plateia presente no estádio. A pira olímpica foi acesa por Vanderlei Cordeiro de Lima, medalhista de bronze na maratona em 2004.
 
Mais do que abrir uma Olimpíada, a cerimônia mostrou a capacidade que o brasileiro tem de superar as adversidades. Elas não foram poucas: crise política e econômica, questionamentos alheios sobre o que poderíamos fazer ao organizar um evento tão importante, entre outras. A Olimpíada ainda está no começo, e até o dia 21 muita coisa poderá acontecer. Mas seguimos na luta pra continuarmos o nosso caminho.
 
Que comecem os Jogos!

3.8.16

Seis esportes entrarão nos Jogos Olímpicos de 2020

Foto: Divulgação
A dois dias da abertura oficial dos Jogos Olímpicos de 2016, o Comitê Olímpico Internacional anunciou que na edição de 2020, em Tóquio, haverá a estreia de quatro esportes e o retorno de outros dois. Na 129ª Sessão do COI, realizada na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, foi anunciado que caratê, escalada, skate e surfe entrarão no programa olímpico pela primeira vez, e beisebol e softbol retornarão depois de doze anos - a última vez em que estas duas modalidades foram disputadas numa Olimpíada foi nos Jogos de Pequim, em 2008.
 
O beisebol tem certa história em Jogos Olímpicos: disputado em caráter demonstrativo várias vezes de 1904 a 1988, passou a valer medalhas em 1992. Cuba é a maior campeã, com três medalhas de ouro (1992, 1996 e 2004); os Estados Unidos foram campeões em 2000, e a Coreia do Sul em 2008. Curiosamente, o beisebol é o único esporte coletivo que nunca permitiu a participação de atletas profissionais em Olimpíadas, o que pode mudar daqui a quatro anos. As competições de beisebol entre seleções estão bem mais estabelecidas do que há oito anos - o Mundial da modalidade é disputado desde 2006, e sua quarta edição será disputada no ano que vem (Japão, duas vezes, e República Dominicana já conquistaram o título).
 
Já o softbol, disputado apenas por mulheres, tem história mais curta: entrou no programa olímpico em 1996, com os Estados Unidos ganhando o ouro (o fariam também em 2000 e 2004); o Japão foi o mais recente campeão, em 2008. Diferentemente do beisebol, as seleções do softbol costumavam levar força máxima às Olimpíadas, o que deverá se repetir em Tóquio.
 
O Brasil não tem muita tradição nestas duas modalidades, mas tem esperança de medalha em algumas das que estrearão na capital japonesa - principalmente no skate e no surfe, com vários campeões mundiais nos últimos anos.

1.8.16

Depois do bombardeio, agora é a nossa vez

Quando o Rio de Janeiro foi escolhido cidade-sede dos Jogos da XXXI Olimpíada, em 2 de outubro de 2009, já havia cobranças de toda parte do mundo para que entregássemos, pelo menos, uma Olimpíada digna. Seis anos e dez meses se passaram e, mesmo que aos trancos e barrancos, estamos quase lá. Nesta sexta-feira, será realizada a cerimônia de abertura no Estádio do Maracanã (dois dias antes, começarão os torneios de futebol).
 
Mas ninguém disse que seria fácil. Além do questionamento natural acerca da capacidade de uma cidade sul-americana sediar a maior festa do esporte mundial pela primeira vez na História (sendo a primeira latino-americana em 48 anos), tivemos inúmeros problemas pelo caminho. Uma crise econômica e política sem precedentes atinge o Brasil há pelo menos um ano e meio (pelo menos ela consolidou a presente força de nossas instituições, moldada em três décadas de redemocratização). Além disso, muitas promessas acabaram não sendo cumpridas (principalmente na parte ambiental, com o fracassado plano de despoluição da Baía de Guanabara). A abertura da Vila Olímpica teve prédios ainda inacabados e com obras feitas de última hora. Como se isso não fosse o bastante, a ameaça terrorista paira sobre o mundo e, como não poderia deixar de ser, os Jogos Olímpicos estão em certo clima de tensão.
 
Mas muita coisa boa também aconteceu durante os preparativos cariocas. Apesar de alguns atrasos, as obras de construção das estruturas permanentes e provisórias estão devidamente finalizadas, com arenas modernas que receberão os maiores atletas do planeta. A malha viária do Rio progrediu, com a tão sonhada extensão do metrô até a Barra da Tijuca, que será o grande centro dos Jogos. O Centro da cidade pulsa, renovado, em sua efervescência cultural. A poucos dias do início de uma nova Olimpíada, o Rio parece renascer. Com suas imperfeições, é verdade, mas fácil não seria.
 
Muitos dizem que um país como o nosso não poderia receber algo tão importante por causa da falta de estrutura. Mas já que essa responsabilidade nos foi dada, resta-nos fazer o melhor possível.

5.7.16

Toda Olimpíada tem seus problemas. Basta saber resolvê-los

Foto: Márcio Alves/Agência O Globo
A exatamente um mês dos Jogos da XXXI Olimpíada, o Rio parece viver o caos absoluto: crise financeira, problemas de segurança, obras ainda pululando pelas ruas da cidade, todo e qualquer motivo de tensão atinge a cidade-sede da maior competição esportiva mundial. Visto desta forma, até parece que é pelo fato de os Jogos Olímpicos serem disputados pela primeira vez na América do Sul (e de volta à América Latina depois de 48 anos). Mas o cabedal de problemas não é exatamente inédito para uma sede olímpica. Pelo contrário: isso é uma constante.
 
Atenho-me aos problemas nos preparativos para os Jogos: afinal, é neles que se concentram as expectativas de um bom evento. Nesse aspecto, a edição de 2004, em Atenas, foi a campeã, com atrasos nas obras (quem acha que o Rio atrasou, não se lembra de doze anos atrás) e verdadeiros elefantes brancos como arenas de beisebol e vôlei de praia que mofam até hoje na paisagem ateniense. Quatro anos depois, em Pequim, a polêmica maior foi acerca da questão dos direitos humanos e da poluição que atingia a capital chinesa. Nos Jogos de 2012, em Londres, a imprensa britânica questionava a capacidade do próprio país em sediar uma Olimpíada dias antes de seu início. Foram, contudo, Jogos bem-sucedidos como a grande parte dos demais.
 
Haver problemas antes de uma Olimpíada é perfeitamente normal - basta saber encará-los e, principalmente, resolvê-los.

5.1.16

Um bom ano olímpico a todos!

Imagem: Rio Media Center
Nesta primeira terça-feira de 2016, faltam exatos sete meses para a cerimônia de abertura dos Jogos da XXXI Olimpíada. E, depois de um longo e tenebroso inverno, o Olimpismo está de volta para informar sobre os preparativos da cidade do Rio de Janeiro para receber a primeira Olimpíada da América do Sul.
 
Como sabemos, o ano de 2015 não foi nada fácil. O de 2016 promete ser tão difícil quanto, levando-se em consideração as enormes dificuldades pelas quais a nossa economia passa. Mas algumas pequenas vitórias foram obtidas nestes últimos 12 meses, como a quase conclusão das obras das instalações esportivas da cidade para os Jogos Olímpicos. As obras de mobilidade urbana que interferem na vida dos cidadãos da capital fluminense desde 2009 também parecem bem encaminhadas. Contudo, algumas críticas se fazem necessárias, como a falta de planejamento do estado do Rio no que se refere à crise de corrupção que assola a Petrobrás (entre outras tantas instituições deste país) e a baixa no preço do petróleo, causando reflexos negativos no cotidiano, principalmente na saúde pública e na segurança. Continua valendo exatamente como dissemos em outubro de 2009: sigamos cobrando.
 
Esportivamente, também não nos foi um ano fácil: os desempenhos dos nossos atletas em 2015 foram aquém das nossas expectativas. Espera-se, porém, que um melhor preparo físico e psicológico, combinado à força da torcida, leve nossos atletas a bons desempenhos no Rio em agosto. Sabe-se que não será nada fácil enfrentar a nata do esporte mundial, mesmo sendo o país anfitrião. Ainda assim, torceremos - não apenas durante, mas principalmente depois dos Jogos.

30.7.15

Com 70% de calouros, Brasil tem participação digna no Pan

Os XVII Jogos Pan-Americanos, encerrados domingo passado, mostraram algumas coisas para reflexão. Uma delas: a eterna potência chamada Estados Unidos deu ao Pan de Toronto uma importância maior do que em edições anteriores - afinal, muitos atletas americanos presentes no país vizinho foram medalhistas olímpicos ou em Mundiais em modalidades como atletismo e natação, o que não costuma acontecer (mesmo com o básico sendo composto por atletas jovens e com potencial para crescer). Outra: o Canadá, anfitrião, levou a coisa a sério como costuma acontecer com os países-sede de qualquer grande competição esportiva. Mais uma: Cuba sente a crise com seu pior Pan em muito tempo, enquanto a Colômbia cresce cada vez mais.
 
O Brasil? Bem, mesmo com 70% de atletas estreantes, segundo o Comitê Olímpico do Brasil, pode-se dizer que a participação foi digna - mesmo com as expectativas do COB, que esperava uma participação até melhor que a de 2011 (até hoje a melhor em um Pan fora do território brasileiro) lá no alto. A colocação (terceiro lugar) e o número de medalhas (141) até foram os mesmos de quatro anos atrás, em Guadalajara - embora o Brasil, desta vez, tenha ganho sete ouros a menos (41, com 40 pratas e 60 bronzes). Os Estados Unidos terminaram em primeiro, com 103 medalhas de ouro (265 no total), com o Canadá em segundo (78 ouros, 217 medalhas no total). Com cinco medalhas de ouro a menos que o Brasil (36 de um total de 97), Cuba terminou atrás dos brasileiros pela primeira vez em quase 50 anos em uma edição de Jogos Pan-Americanos - isso tinha acontecido pela última vez em 1967, também em território canadense (o primeiro Pan disputado em Winnipeg). A Colômbia terminou numa surpreendente quinta colocação, com 27 ouros (72 medalhas no total).
 
Entre os brasileiros, o grande destaque foi a natação, com direito a quebra de recorde de medalhas pan-americanas de Thiago Pereira (que chegou à marca de 23 em quatro edições) e a primeira medalha de ouro entre as mulheres (Etiene Medeiros, nos 100 metros costas), além de jovens destaques como Brandonn Almeida, ouro nos 400 metros quatro estilos e bronze nos 1.500 metros nado livre. Vale ressaltar a classificação da seleção de hóquei sobre a grama para a Olimpíada do próximo ano, com a inédita classificação às semifinais (terminou em quarto lugar), além dos ouros do basquete masculino (o primeiro título oficial da seleção em oito anos), do futebol feminino e do handebol masculino (terceiro ouro) e feminino (pentacampeão pan-americano).  
 
A grande preocupação ficou com o atletismo: das treze medalhas, apenas uma de ouro (Juliana dos Santos, nos 5.000 metros rasos). A preocupação se justifica pois a última vez em que o país-sede de uma Olimpíada não ganhou medalhas na modalidade foi em 1988, com a Coreia do Sul. Além disso, andam bem raros os destaques brasileiros no atletismo nos últimos anos. É algo que tem de ser melhorado urgentemente.

3.7.15

Tocha olímpica de 2016 é apresentada

Faltando 399 dias para a cerimônia de abertura dos Jogos da XXXI Olimpíada, foi apresentada nesta sexta-feira a tocha que será acesa no início do ano que vem na cidade grega de Olímpia, e abrigará a chama em um revezamento por todo o território brasileiro que se encerrará no Estádio do Maracanã, no dia 5 de agosto de 2016.
 
O desenho da tocha valoriza as formas naturais da cidade-sede dos próximos Jogos Olímpicos, e foi feito por uma agência de São Paulo, escolhida após processo nacional de seleção. A tocha tem como característica o fato de se abrir quando da passagem da chama a outra tocha: nas aberturas, as cores da bandeira nacional homenageiam a alegria e a natureza da sede do evento.