3.3.11

Henrique Meirelles na APO, garantia de seriedade



Uma boa notícia para a organização dos Jogos da XXXI Olimpíada e dos XV Jogos Paraolímpicos Rio 2016: o ex-presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, anunciou ter aceitado o convite para chefiar a Autoridade Pública Olímpica, que coordenará as ações do governo federal no que tange à organização do megaevento. O convite foi feito pela presidente da República, Dilma Rousseff, e aprovado pelo governador fluminense Sérgio Cabral Filho e pelo prefeito carioca Eduardo Paes.

O nome de Meirelles é consenso entre as partes pela política por ele seguida durante o governo Lula (2003-2011), que ajudou a impedir que a crise mundial de 2008 atingisse com força a economia brasileira. Há quem diga que Meirelles tenha sido o fator decisivo para a vitória do Rio na eleição do COI em 2009, com as garantias financeiras por ele dadas. Além disso, ele é visto como principal garantia de que as obras de infraestrutura destinadas aos Jogos serão feitas com o máximo de seriedade possível.

Como chefe da APO, Meirelles será o responsável pela gerência do orçamento destinado ao órgão, que deverá ser de cerca de 30 bilhões de reais.

14.2.11

O sonho do ouro olímpico permanece vivo para o futebol brasileiro


Um show. Assim pode ser definida a conquista do título sul-americano Sub-20 pela Seleção Brasileira, obtida com a goleada por 6 a 0 sobre o Uruguai, que já tinha conseguido sua vaga com a vitória sobre a Argentina, na rodada anterior. Oscar (três vezes), Neymar (duas, sagrando-se artilheiro da competição com nove gols) e Danilo fizeram os gols do massacre brasileiro, visto como inimaginável antes de a partida começar, na cidade peruana de Arequipa.

Pode-se dizer que o Brasil fez uma partida absolutamente perfeita contra os uruguaios. Defesa consistente, meio de campo eficaz e ataque arrasador pontuaram a atuação brasileira. Além disso, os brasileiros não se deixaram levar pelas provocações adversárias, ao contrário do que aconteceu na derrota para a Argentina (a única da equipe em todo o torneio), na terceira rodada. Com o título, o futebol brasileiro se classifica para sua primeira Olimpíada em território europeu depois de 40 anos - a última vez tinha sido em 1972, nos Jogos de Munique (o Brasil foi eliminado na primeira fase). Em 1980 (Moscou), 1992 (Barcelona) e 2004 (Atenas), o país ficou pelo Pré-Olímpico - nestes últimos Jogos, o Brasil foi representado somente pela Seleção feminina, que ficou com a medalha de prata.

Com a vitória por 2 a 0 sobre a Colômbia, os argentinos torciam por uma goleada uruguaia por pelo menos cinco gols de diferença para que continuassem sonhando com o tricampeonato olímpico - mas quem a aplicou, ironicamente, foi o Brasil. Brasileiros, uruguaios, argentinos e equatorianos se classificaram para o Mundial da categoria, que será disputado na Colômbia. As vagas nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, ao contrário do que escrevemos aqui anteriormente, serão preenchidas pelo Sul-Americano Sub-17, que será no Equador (por sinal, atual campeão pan-americano).

Brasil e Uruguai foram os primeiros países a se classificarem para o torneio olímpico de futebol de 2012, depois do país-sede, a Grã-Bretanha (que dominou os primeiros anos do futebol olímpico, sendo campeã em 1900, 1908 e 1912, e que voltará a disputar a competição depois de 52 anos; a última vez foi em 1960), que deverá colocar apenas jogadores ingleses na disputa. As três vagas europeias serão definidas no Campeonato Europeu Sub-21, em junho, na Dinamarca. As demais dez vagas (três asiáticas, três africanas, duas das Américas do Norte e Central, a da Oceania e o vencedor da repescagem entre os quartos colocados africano e asiático) serão todas definidas no ano que vem.

No torneio feminino de Londres - assim como na Copa do Mundo deste ano, na Alemanha -, as seleções sul-americanas serão Brasil e Colômbia, que se classificaram pelo Sul-Americano do ano passado (além destes dois países, Chile e Argentina representarão a América do Sul no Pan de Guadalajara, em outubro próximo). A mesma Copa do Mundo definirá as duas representantes europeias (Alemanha - anfitriã e atual bicampeã mundial - , França, Noruega e Suécia disputarão estas vagas; a Grã-Bretanha, como país-sede, já está classificada). Ainda serão definidas duas vagas asiáticas, duas africanas, duas norte-centro-americanas e a da Oceania, no próximo ano.

1.2.11

A América do Sul e o futebol olímpico

Está em disputa na cidade peruana de Arequipa a fase final do Sul-Americano de Futebol Sub-20, que classificará quatro seleções para o Pan de Guadalajara e o Mundial da categoria, na Colômbia (já classificada para esta competição), além do campeão e do vice para os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. É a continuação de uma história que vem desde 1924, quando o futebol sul-americano estreou em Olimpíadas já conquistando o ouro, com o Uruguai - que conquistaria o bi em 1928, numa final sul-americana contra a Argentina, formando o grande clássico do futebol mundial na época, que decidiria também a primeira Copa do Mundo, em 1930.

Os uruguaios conquistaram o ouro nas duas únicas vezes em que disputaram a competição. Já a Argentina demorou bem mais para subir ao lugar mais alto do pódio. Depois de mais quatro Olimpíadas (1960 e 1964, eliminada na primeira fase; 1988, eliminada pelo Brasil nas quartas; e 1996, quando ficou com a medalha de prata), os argentinos foram campeões com 100% de aproveitamento (seis vitórias em seis partidas) e sem sofrer gols em 2004, na melhor campanha da história da competição. Não satisfeitos, conquistaram o bi em 2008, tornando-se a mais bem sucedida seleção sul-americana no Torneio Olímpico de Futebol.

As demais equipes que tentam vagas para Londres também têm histórias acidentadas em Olimpíadas. O Brasil só foi disputar a competição pela primeira vez em 1952, chegando às quartas de final. Voltou oito anos mais tarde, sendo presença constante até 1976, quando acabou em quarto lugar (apesar de nunca ter passado da primeira fase de 1960 a 1972). De lá para cá, participações ainda irregulares, ficando de fora em 1980, 1992 e 2004. Mas quatro medalhas foram conquistadas pela Seleção: duas pratas (1984 e 1988) e dois bronzes (1996 e 2008). Ou seja: o ouro é a atual obsessão do futebol pentacampeão do mundo.

O Chile disputou a competição quatro vezes. Depois de campanhas discretas em 1928, 1952 e 1984, os chilenos surpreenderam com o bronze em 2000 - isso graças a uma goleada de 9 a 0 do Brasil sobre a Colômbia, que ajudou os chilenos a se classificarem à fase final do Pré-Olímpico. Quatro vezes também disputaram os próprios colombianos, em 1968, 1972, 1980 e 1992 - contudo, sem passar da primeira fase em nenhuma delas.

A única seleção sul-americana, das que estão na fase final do Sul-Americano Sub-20, que nunca disputou o futebol olímpico até hoje é a do Equador (a outra é a Bolívia; o Paraguai participou em 1992, quando chegou às quartas, e em 2004, quando foi prata, conquistando a única medalha olímpica da história do país; o Peru jogou em 1936 e 1960; e a Venezuela disputou uma vez, em 1980). Porém, os equatorianos são os atuais campeões pan-americanos (ganharam o ouro em 2007, no Rio), no único título oficial de sua história. Quem sabe não pinta uma surpresa nessa reta final (ainda mais que o Equador venceu a Argentina na primeira rodada do hexagonal decisivo)? Mas o Brasil terá que estar sempre à espreita.

28.1.11

Sabemos que não mudará nada, mas...

...faltam 2.016 dias para o início dos Jogos Olímpicos de 2016.

27.1.11

Pré-Olímpico de Basquete: Brasil conhece seus adversários

Foi realizado hoje o sorteio dos grupos da primeira fase da Copa América Masculina de Basquete deste ano, de 30 de agosto a 11 de setembro, em Mar del Plata, na Argentina. Os dois finalistas garantem vaga no torneio masculino de basquete das Olimpíadas de 2012, em Londres. As três seleções em colocações imediatamente inferiores disputarão o Pré-Olímpico Mundial no próximo ano.

O Grupo A é composto por Brasil, Canadá, Cuba, República Dominicana e Venezuela; já o Grupo B é formado por Argentina, Panamá, Paraguai, Porto Rico e Uruguai. Apesar da tendência de crescimento da equipe treinada pelo argentino Rubén Magnano e da ausência dos Estados Unidos, campeões mundiais, a seleção brasileira corre riscos. Primeiramente, Anderson Varejão está contundido e sua presença está descartada. Agora, há a ameaça de greve na NBA, que pode inviabilizar a participação dos demais brasileiros da liga norte-americana na competição (Leandrinho Barbosa, Nenê e Tiago Splitter). A CBB afirmou que nada pode fazer antes da definição da situação (uma reunião entre a Liga e o sindicato dos jogadores está marcada para o meio do próximo mês).

26.1.11

Uma voz que deve ser sempre ouvida

Campeão olímpico dos 800 metros rasos do atletismo em 1984 e vice da mesma prova em 1988, Joaquim Cruz não se desliga dos problemas organizacionais no esporte brasileiro, mesmo morando há décadas nos Estados Unidos, onde trabalha para o Comitê Paraolímpico local. Em Christchurch, na Nova Zelândia, onde acompanha o Mundial Paraolímpico de Atletismo, Cruz declarou em entrevista que urge o Brasil adotar um política que integre o esporte à educação, para que o país possa colher resultados não apenas em 2016, mas também nas Olimpíadas seguintes.

O ex-corredor está coberto de razão. Aliás, nem é necessário ser um expoente esportivo para verificar que há um vácuo no esporte brasileiro, a cinco anos de sediar a mais importante competição esportiva mundial. Hoje pouquíssimas escolas introduzem o ensino de educação física de alto nível no currículo. E isso é um problema, pois priva aos estudantes a chance de praticar modalidades esportivas além do futebol. É verdade que existem projetos exemplares de prática esportiva em localidades carentes, mas isso ainda é insuficiente para criarmos uma cultura esportiva de massa no Brasil.

As Olimpíadas de 2016 devem ser encaradas pelo Brasil não como o objetivo maior, mas como um novo começo para o esporte brasileiro. O início de uma era de crescimento para nossas modalidades esportivas, que devem ter suas sementes plantadas desde já.

18.1.11

O primeiro grande candidato à Seleção Olímpica (se o Brasil se classificar...)

Na estreia do Sul-Americano Sub-20, na cidade peruana de Tacna, o Brasil venceu o Paraguai por 4 a 2. Vitória animadora, para dar moral, mesmo porque o Brasil acabou a partida com dois jogadores a menos. Além disso, a partida confirmou o talento de um dos poucos jogadores desta equipe que, caso a Seleção treinada por Ney Franco seja campeã ou vice da competição (classificatória para as Olimpíadas de Londres para os dois primeiros colocados, além de serem para o Pan de Guadalajara também para o terceiro e o quarto), deverão estar na Seleção Olímpica ano que vem: o atacante Neymar, autor dos quatro gols da vitória brasileira.

O artilheiro santista confirmou a condição de astro principal da companhia, fazendo a equipe jogar por ele. Mas há o risco de ele acabar se tornando o único jogador Sub-20 a figurar em Londres. Para efeito de comparação, esta é a segunda vez em que o Sul-Americano Sub-20 do ano anterior é usado como torneio pré-olímpico (a primeira foi em 2007; houve um Torneio Pré-Olímpico sul-americano de fato, entre 1960 e 2004). O Brasil foi campeão há quatro anos, e daquela equipe apenas o meia Lucas e o atacante Alexandre Pato estiveram na seleção que ganhou o bronze nas Olimpíadas de Pequim. A Argentina, vice-campeã sul-americana, teve aproveitamento um pouco melhor: a seleção bicampeã olímpica teve cinco jogadores que haviam disputado aquele Sul-Americano, entre eles o goleiro Romero e o meia Di María.

Na Seleção Olímpica, Neymar deverá ter a companhia do próprio Alexandre Pato (que completa 23 anos em 2012) no ataque e a presença do colega de clube Paulo Henrique Ganso no meio-campo (no momento, contundido; mas é visto por muitos como o grande nome do Santos, embora menos badalado que o atacante). Mas primeiramente o Brasil terá que se classificar como um dos dois primeiros colocados da fase final (que será disputada por seis seleções) deste Sul-Americano, o que não é fácil, por ser uma competição de alto nível técnico e fortemente disputada.

30.12.10

A visita do COI e os seus elogios ao início da caminhada carioca

Neste final de ano, executivos do Comitê Olímpico Internacional (incluindo o presidente Jacques Rogge) estão em visita ao Rio de Janeiro, para conferir os preparativos do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. E as primeiras impressões sobre os preparativos cariocas são as melhores possíveis: o presidente do COI elogiou a antecedência com que a construção da Vila Olímpica está sendo tratada, ressaltando que o Brasil pode se tornar um dos países mais fortes do planeta no futuro. Mas como ressaltado, isso é apenas o começo de tudo. Há muita coisa para ser feita, principalmente em relação à infraestrutura a ser construída na cidade.

De fato, muito vem sendo feito, um ano e dois meses depois da escolha do Rio como sede. O túnel da Linha 4 do Metrô, que irá até a Barra da Tijuca (onde se concentrará a maior parte das competições), teve sua escavação completada meses antes do previsto. O logotipo oficial das Olimpíadas de 2016 será divulgado na noite de sexta-feira, último dia do ano. A Vila Olímpica começará a ser construída (inicialmente, em questões estruturais como fornecimento de água e esgoto) nos primeiros meses de 2011, com os primeiros dos 48 prédios (de 12 andares cada) sendo erguidos logo depois. O projeto geral do Parque Olímpico (que será construído no lugar do Autódromo de Jacarepaguá) será escolhido mediante concurso, coorganizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil.

Essas primeiras impressões são animadoras, mas não convém deixar a peteca cair. Há que se trabalhar com seriedade para que possamos organizar as melhores Olimpíadas de todos os tempos, daqui a pouco mais de cinco anos. É chegada a hora de mostrarmos a nossa força.

21.12.10

Murilo e Murer são os melhores do ano

Nesta segunda-feira, foi realizada no Rio mais uma edição do Prêmio Brasil Olímpico. Os dois premiados traduziram o estado de espírito do esporte brasileiro na temporada que se encerra: o trabalho duro combinado com a obtenção de resultados, ajudando a construir a história que deve ser seguida.

Entre as mulheres, a atleta do salto com vara Fabiana Murer foi a eleita, derrotando a maratonista aquática Ana Marcela Cunha e a dupla do vôlei de praia Juliana e Larissa. Murer teve em 2010 seu melhor ano, com o título mundial em pista coberta (em Doha, no Catar) e a Liga Diamante da categoria. Com isso, ela se prontifica a avançar ainda mais na modalidade. Em 2011, buscará a conquista do inédito título mundial (em Daegu, na Coreia do Sul) e do bicampeonato pan-americano (em Guadalajara, no México).

Entre os homens, Murilo Endres foi o eleito e ratificou a aparentemente interminável boa fase do vôlei nacional, superando o nadador César Cielo Filho e o judoca Leandro Guilheiro. Murilo esteve na seleção que conquistou o tricampeonato mundial (sendo, inclusive, o melhor jogador da competição) e o eneacampeonato da Liga Mundial, fazendo com que o Brasil assumisse a liderança de conquistas da competição anual. Em 2011, além da própria Liga (cujas finais serão em Gdansk, na Polônia, que sediará o Mundial de 2014), a seleção de vôlei também defenderá o título pan-americano.